Mensagens mostram que suspeito de matar Ana Paula Campestrini sabia onde ela estaria no dia do crime

Publicado em 25 jun 2021, às 18h16. Atualizado às 18h21.

A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira (25) mensagens trocadas entre uma testemunha e o suspeito de ter assassinado Ana Paula Campestrini, de 39 anos, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, na última terça-feira (22). Na conversa, é possível comprovar que Marcos Antônio Ramon sabia com antecedência que a vítima iria até o clube Sociedade Morgenau no dia do crime. 

Marcos Antônio e o ex-marido de Ana Paula, o advogado Wagner Cardeal Oganauskas, estão presos por suspeita de serem o executor e o mandante do crime, respectivamente. Além de serem amigos, os dois trabalhavam juntos na administração do clube localizado no bairro Cristo Rei, na capital. 

De acordo com a investigação, na manhã em que foi morta, Ana Paula foi até a Sociedade Morgenau, na ocasião presidida pelo advogado, para fazer uma carteirinha de sócia. O objetivo era poder entrar no local e ter contato com os filhos, já que até então, não era autorizada a entrar e precisava esperar na calçada para poder vê-los de longe. No entanto, após sair de lá, ela foi perseguida por Marcos Antônio e executada com cerca de 14 disparos de arma de fogo, quando aguardava o portão do condomínio em que vivia abrir. 

Marcos Antônio trabalhava como diretor administrativo e financeiro do clube e nas mensagens trocadas entre ele e a testemunha, a pessoa o informa que combinou com Ana Paula para que fosse até lá na manhã de terça-feira, inclusive avisando o horário. No entanto, enquanto a testemunha acreditava estar obtendo ajuda do suspeito para evitar um encontro entre a vítima e o ex-marido, a polícia acredita que o suposto atirador tenha usado as informações para planejar a emboscada.

Imagem: Divulgação/Polícia Civil
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Perícia na Sociedade Morgenau

Na tarde desta sexta-feira (25), a Polícia Civil realizou uma perícia na Sociedade Morgenau. Segundo a delegada Thatiana Guzella, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o intuito da ação é comprovar os testemunhos de que a motocicleta, sem placas, usada pelo assassino, esteve guardada por alguns dias em um galpão do clube

“Foi uma prova alcançada na data de ontem, depois das 18h, inclusive, que nós alcançamos imagens fotográficas, imagens da moto usada no crime, dentro do galpão onde ela estava escondida na sede esportiva do clube”,

disse Guzella à RIC Record TV.

A moto observada nas imagens de câmeras de segurança que flagraram o assassinato e a arma usada ainda não foram localizadas.

Após a prisão dos suspeitos na quinta-feira (24), o clube Sociedade Morgenau informou, por meio de nota, que ambos foram afastados de suas atividades e que a instituição está à disposição da Justiça e das autoridades policiais para prestar esclarecimentos.

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Em depoimento, o ex-marido de Ana Paula e Marcos Antônio negaram qualquer tipo de envolvimento com o crime. Ambos foram ouvidos na tarde de quinta-feira.

O crime

Ana Paula Campestrini foi morta a tiros na frente do condomínio onde morava, no bairro Santa Cândida. Menos de 48 horas após o homicídio, a Polícia Civil prendeu o ex-marido da vítima e Marcos Antônio, suspeitos de envolvimento no assassinato.

A família de Ana Paula acredita que a motivação para o crime tenha sido financeira, já que a vítima e o ex-marido travavam uma batalha judicial em relação à divisão de bens após o divórcio, que teve início há cerca de três anos. Ainda, relatam sobre a dificuldade de Ana Paula para ver os três filhos, de 9, 11 e 17 anos.

Câmeras de segurança flagraram um homem, que a polícia acredita ser Marcos Antônio, perseguindo Ana Paula desde o momento em que ela deixa o clube – após receber uma carteirinha de sócia que iria facilitar os encontros entre ela e os filhos – até a casa da vítima, local em que foi executada.

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Veja o vídeo que mostra a perseguição: