Etelka Alcalá, de 82 anos, mãe do empresário Geovane Charlles Alcalá e avó de Luiz Felipe Alcalá, concedeu uma entrevista reveladora ao Agora Litoral sobre o crime que envolve sua família. Segundo a idosa, o jovem que é suspeito de ter mandado matar o próprio pai, em setembro deste ano, é a verdadeira vítima da história. (Assista reportagem completa abaixo)
Durante a conversa, Etelka explicou que seu filho era um homem extremamente violento e abusivo e que o neto, na maioria das vezes, não reagia a comportamento agressivo do empresário. “Ele andava apanhando muito do meu filho. Eu sinto falar isso porque, né, mas é a verdade que eu tô falando. Um dia ele chegou em casa e falou ‘aí, vó, eu tô com uma dor na costela’, eu disse ‘o que que aconteceu’, ele ‘ ah, não eu machuquei’, aí, depois ele disse, ‘não vó, isso aí foi o pai que meu um soco’.
“A gente fica triste né, mas agora do meu neto estar na cadeia, isso aí eu até agora não me conformo porque ele é um rapaz bom, honesto. Ele era o braço direito do Geovane, ele fazia todo os serviço pro Geovane. Não tinha o que o Felipe não fizesse pelo pai”, declarou Etelka.
Outro episódio lembrado pela avó do rapaz que teria encomendado a morte do pai, foi uma ocasião em que Geovane bateu no filho por um motivo banal durante um churrasco. “O Felipe foi e trouxe a carne, quando o Geovane abriu a sacola, não era a aquela carne que ele queria, aí ele parece que deu três bofetada no rosto do Felipe. E os amigos todos ali, todos viram e ficaram de cara porque viram uma coisa daquelas, sem o menino fazer nada”, contou entre lágrimas.
A idosa explicou ainda que nem ela escapava da ira gratuita de Geovane e chegou a ser expulsa de casa, mas o neto não permitiu que ela dormisse na rua.“Um dia ele brigou comigo e me tocou de casa, aí, eu tive que dormir no quarto do Felipe, do meu neto, eu me deitei no chão. Aí, o Felipe foi e disse ‘vó, deita na minha cama e eu deito no chão”, disse Etelka Alcalá.
Para a avó de Luiz Felipe, Geovane tinha muito ciúmes do filho e era esse o motivo das briga constantes entre os dois. “Não podia ter uma namorada, que ele estragava o namoro do Felipe, ele tinha muito ciúmes do Felipe. Ele sempre dizia assim ‘filho homem sempre tem que ter um que fique em casa com os pais’. E assim, ele não admitia nem de o Felipe dormir fora”.
Comportamento violento de Geovane Alcalá era conhecido
Uma funcionária do motel administrado pelo empresário confirmou as declarações de que o ex-patrão era um homem violento e sem limites, ela também explicou que ele costumava intimidar os empregados a todo momento.
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Erenise Kathiane Mendes, mãe de Luiz Felipe Alcalá e ex-mulher de Geovane, foi casada com o empresário durante 10 anos e, segundo ela, foi obrigada a deixar a guarda do filho com o pai porque foi ameaçada. “Quando eu sai de casa, ele ameaçou de atropelar a minha irmã, de espancar o meu irmão, de levar ele pra UTI. Ele mandava alguns amigos fazer ameaça na casa da minha mãe. Então, meus irmãos ficavam meio escondidos, com medo”.
A mulher ainda não teve a chance de conversar com o filho depois que tudo aconteceu, mas segundo ela, se realmente ele teve participação na morte do pai, Luiz Felipe pode ter surtado diante da violência que sofria. “Eu acho que o Felipe, ele não tinha a intenção de matar, de fazer isso com o pai dele. Ele surtou porque ele tava numa pressão muito grande, inclusive, naquela semana, ele teve na minha casa e ele falou pra mim ‘mãe, eu tô cansado. O meu pai fica me batendo, não me respeita como homem. […] Eu fiquei sabendo que o pai dele batia nele, socava ele na frente de funcionários, na frente de até de alguns amigos sem nenhum pudor, além dos xingamentos”, declarou.
Assista à reportagem completa:
Entenda a morte do empresário em Paranaguá
O empresário foi morto a tiros dentro de sua própria casa no início da tarde do dia 20 de setembro em Paranaguá, no litoral do Paraná. Poucas horas depois, o assassino Rafael Anderson Kubiak da Veiga, de 23 anos, foi encontrado pela polícia no forro da residência.
Em depoimento, Rafael confessou que foi contratado pelo filho do empresário para cometer o crime. Segundo ele, Luiz Felipe ofereceu R$ 10 mil para que ele executasse a vítima, planejou como seria o assassinato e forneceu a arma usada para matar o próprio pai.
Luiz Felipe foi preso em flagrante, mas não se pronunciou sobre o caso, conforme orientação de seus advogados de defesa.
“No momento eu não tenho condições, no momento eu não me alimentei desde manhã, eu tô sem comer. A situação aconteceu no almoço, eu vi aquelas cenas do meu pai daquele jeito”, disse o filho suspeito de mandar matar o pai.
