O empresário Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, afirmou que o governo do Egito é quem enviou seu nome ao FBI, à polícia federal americana, com a falsa acusação de atividade terrorista. O suspeito disse que o objetivo é “perseguir e caluniar opositores políticos ao regime ditatatorial”. A afirmação foi dada ao Portal R7 por intermédio de seu advogado.

Mohamed Ahmed diz que intenção do governo do Egito é perseguir

Nesta segunda-feira (12), Mohamed Ahmed, que é casado com uma brasileira e está em situação legal no país, viu seu rosto ser exibido em vários jornais e sites. Isso, porque passou a ser apresentado como um procurado pelo FBI, por ser suspeito de colaborar com um grupo terrorista.

“Após os eventos da primavera árabe todos os partidos de oposição ao governo passaram a ser criminalizados, a exemplo da Irmandade Muçulmana. Mohamed Ahmed era integrante de um dos partidos políticos opositores do governo que tomou o poder, por isso foi perseguido e está nesta situação”, explicou o advogado Ronaldo Vaz.

Mohamed Ahmed deve se apresentar na Polícia Federal ainda nesta terça-feira (13), onde, inclusive, já esteve na manhã de ontem, horas antes de ser listado como procurado, para protocolar um recurso ao seu pedido de refúgio feito ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

“Ele e sua família estão assustados. Tiveram um dia normal e quando foi a noite, ele vê sua foto em vários jornais como procurado nos Estados Unidos”, afirmou Vaz.

Portaria 666 pode deportar Mohamed Ahmed de terrorismo

Com a publicação da portaria 666, que prevê a deportação de pessoas consideradas “perigosas”, e que foi editada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, no fim de julho, Mohamed poderia ser deportado sumariamente, mesmo sem um processo legal no Brasil.

São definidas como perigosas pessoas envolvidas em terrorismo, grupo criminoso organizado ou associação criminosa armada ou que tenha armas à disposição, tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo, pornografia ou exploração sexual infanto-juvenil e torcida com histórico de violência em estádios.

A simples figuração de seu nome numa lista de procurados, segundo esta portaria, já seria suficiente para que o governo autorizasse a deportação. Entretanto, especialistas em direito e o Ministério Público Federal, contestam a portaria, que segundo eles, fere a legislação federal e não seria competência do Ministério da Justiça.