Nessa terça-feira (9) a Polícia Científica do Paraná concluiu o levantamento de prescrições de medicamentos feitos pela Dr. Virginia. O relatório entregue ao ministério Público conclui que de 346 pacientes atendidos na UTI do Hospital e que receberam os medicamentos Diprivan e Pavulon, 317 morreram no mesmo dia.

A médica Virginia Soares de Souza está sendo investigada por antecipar mortes de pacientes, aplicando medicamentos e/ou desligando o equipamento de ventilação. Comparado aos outros médicos da unidade, os dados são assustadores. De 2006 a 2013, 1.872 pacientes passaram pela UTI. Desses, 474 receberam o coquetel de medicamentos, onde 346 foram comandados pela Dr. Virginia, e 317 faleceram no mesmo dia. Dos outros 128, medicados por diversos médicos, 17 chegaram a óbito.

Os números, sozinhos, não são provas suficientes para condenar a médica.

Nota do Hospital Evangélico
“O Hospital Universitário Evangélico de Curitiba manifesta sua preocupação com a forma como estão sendo apresentados ao público os números relacionados a óbitos ocorridos em uma das unidades de terapia intensiva desta instituição.

É preciso distinguir os casos específicos desta investigação dos procedimentos adotados pelo Hospital, que conta com cerca de 400 médicos. As práticas nas UTIs do Hospital Universitário Evangélico seguem rigorosamente os protocolos médicos. Vale destacar que a instituição possui quatro UTIs distintas, sendo elas UTI I, UTI II, UTI Coronariana e UTI Neonatal, e que atenderam em 2012 um total de 18481 pacientes.

A instituição destaca a importância de deixar claro à sociedade curitibana e paranaense que toda a equipe técnica da Unidade de Terapia Intensiva, que é objeto de investigação, foi prontamente substituída por profissionais altamente qualificados.

Foram abertas três sindicâncias para averiguar os fatos, sendo elas: sindicância do próprio Hospital, formada por uma equipe multidisciplinar qualificada; sindicância da Secretaria Municipal de Saúde; e sindicância do Conselho Regional de Medicina”.