Um homem que foi morto pela polícia em Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba, na última quarta-feira (16), não estava envolvido com o rapto e abuso sexual das duas crianças, uma de 9 e outra de 12 anos, segundo o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria).
“Esse cidadão que foi vítima de um confronto na cidade de Fazenda Rio Grande, a priori, não teve nenhum envolvimento com essas meninas. Até porque o nosso suspeito já está qualificado e sendo investigado”, explicou a delegada Patrícia Paz, do Nucria.
Confronto com a polícia
Na manhã de quarta-feira, dois suspeitos foram encontrados em um matagal depois que a polícia chegou até eles por meio do rastreio da tornozeleira eletrônica, usada por um deles.
Conforme o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Polícia Militar, um dos criminosos foi ferido mortalmente quando tentou atirar contra os policiais que atendiam a ocorrência, enquanto o outro se entregou. Os homens estariam envolvidos com o rapto de duas crianças que ocorreu na terça-feira (15), no bairro Tatuquara, em Curitiba.
Reviravolta no caso
No entanto, as investigações apontaram que o verdadeiro suspeito pelo sumiço das meninas não era nenhum dos homens que estavam escondidos na área de mata. Agora, até mesmo o rapto das meninas também é apurado, já que existe a possibilidade de que elas tenham passado a noite fora de casa por opção.
As meninas, que permanecem internadas, foram ouvidas por psicólogos do Nucria, nesta quinta-feira (17), e revelaram que o verdadeiro suspeito é um jovem de 18 anos. Em seu relato, elas também explicaram que o rapaz é amigo de uma prima da garota de 12 anos e que os dois já se conheciam.
A Polícia Civil não soube informar porque os homens entraram em confronto com o BOPE na Região Metropolitana de Curitiba e nem com qual crime estariam envolvidos.
A mãe de uma das crianças também conversou com a equipe da RIC Record TV e afirmou que todos esperam por exames para confirmar se de fato a filha foi estuprada e a outra garota dopada – como afirmado a princípio – ou se tudo não passou de uma mentira das duas para escapar do castigo.
Encontro marcado pelo Facebook
No entanto, a informação de que uma das meninas conversava com o suspeito pelo Facebook foi reafirmada pela delegada.
“Esse encontro foi marcado pelas redes sociais, essas meninas teriam então ido ao encontro desse suspeito e aí sim, há suspeita de que ocorreram abusos. A gente espera ainda a conclusão do laudo do setor de psicologia, conclusão de laudos de perícia do IML e outras investigações e acreditamos que essa situação logo vai ser identificada”, disse Patrícia.
A delegada aproveitou a ocasião para fazer um alerta aos pais sobre o uso da internet por menores de idade.
“A Polícia Civil orienta todas as famílias da importância de que elas tenham a atenção dos seus filhos, principalmente, na rede mundial de computadores. Sabemos que não é um caminho sem volta, não tem como se negar o acesso das crianças e adolescentes as redes sociais. Mas a gente orienta que tem haver uma vigilância, saber com quem seus filhos estão falando. No caso concreto, uma criança de 9 anos não tem porque ter contato com uma pessoa de 20 anos que não sejam familiares. Sem esse tipo de prevenção, esses crimes vão continuar acontecendo. A gente sabe que os pedófilos muitas vezes se aproveitam até de jogos infantis. Então, não é só em redes sociais”, finalizou.