O Comandante do BPFron (Batalhão da Polícia de Fronteira) instaurou um inquérito contra uma situação suspeita no batalhão. O caso aconteceu no dia 28 de setembro e levantou à hipótese de uma equipe da Polícia de Fronteira estar envolvida com tráfico de drogas e contrabando.
Neste dia, uma equipe de Marechal Cândido Rondon recebeu uma denúncia anônima afirmando que em uma propriedade rural próxima à cidade haveria um caminhão com mercadoria contrabandeada. “Recebemos varias denúncias diariamente e muitas delas são mal intencionadas, pois muitos denunciam para que as equipes se locomovam até o local indicado e com isso despistam a fiscalização,” ressaltou o comandante do BPFron, Eric Wagner Osterneck.
Devido a esses fatos, nesta denúncia não houve muita credibilidade da parte dos policiais, que mesmo assim foram até a propriedade verificar se havia veracidade na ligação.
Ao chegar ao local, os quatro policiais foram recebidos por um homem com cerca de 40 anos. De acordo com a equipe, o indivíduo não levantou suspeitas. No entanto, um caminhão que estava estacionado no local foi vistoriado pelos policiais.
E foi neste momento de vistoria, que segundo comandante Eric, o homem que antes não parecia suspeito entrou em um carro e fugiu do local. “Sempre que há uma fuga solicitamos o auxílio de outras viaturas, por isso a equipe ligou e pediu reforço para encontrar o foragido”, lembrou o oficial.
Após procura pelo foragido, o carro da fuga foi encontrado, mas até esta terça-feira (8) não houve prisões. A carga com uma pequena quantidade de maconha e agrotóxicos foi apreendida no dia da abordagem.
No entanto, um jornal que veicula na região Oeste afirmou que o BPFron estaria envolvido com tráfico e contrabando e que agentes teriam permitido a fuga dos traficantes. “Não houve corrupção em nosso batalhão. Eu mesmo abri o inquérito para investigar a situação, que foi avaliada como negligente apenas no momento de preenchimento do Boletim de Ocorrência”.
No Boletim de Ocorrência, os policiais afirmaram que quando chegaram ao local, o proprietário do caminhão já havia fugido, mas na realidade os policiais tiveram a intenção de esconder o próprio erro. O que resultou em toda a suspeita de envolvimento com o crime, conforme afirmação do comandante.
Eric Osternack disse ainda que o envolvimento do Gaeco e Ministério Público não é contrário ao batalhão, mas sim que há um apoio da parte deles para investigação das possíveis falhas no processo de abordagem. “Ainda nesta segunda-feira (7) representantes do Gaeco compareceram ao posto de Marechal Rondon para discutir sobre as fotos que indicavam possíveis erros. Com isso, em conjunto vamos apurar o que houve”.
O delgado do Gaeco, Thiago Nóbrega de Almeida, afirmou que há uma investigação em andamento. “Um inquérito foi instaurado e há um tempo mínimo de 30 dias para conclusão, sendo possível mais ou menos dias para o fim. A única coisa que estamos investigamos além do inquérito militar é se há outras falhas acontecendo no BPFron”.
As investigações seguem pelo Ministério Público e tem previsão inicial de término até novembro deste ano, com risco de alterações no prazo.