
De acordo com o procurador, será feita uma ampla investigação em todas as linhas para saber como os atiradores tiveram acesso às armas, se há um grupo que atua com eles, se há uma rede de comunicação entre eles, as motivações e a forma do crime.
Nesta quinta-feira, 14, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, afirmou que o Ministério Público irá investigar a participação de Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e o adolescente Guilherme Monteiro, de 17, em fóruns extremistas, como o fórum Dogolachan. “Faremos uma investigação ampla em todas as linhas para saber como eles tiveram acesso às armas, se há um grupo que atua com eles, se há uma rede de comunicação entre eles, as motivações e a forma do crime. Não descartamos nada. Se tiver outras pessoas envolvidas, vamos alcançar essas pessoas”, afirmou Smanio.
Jovens deixaram um aviso sobre quando realizariam o ataque
Smanio afirmou que o Ministério Público atuará com o núcleo de investigações cibernéticas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco, para investigar os contatos de Luiz Henrique e Guilherme mantinham pela internet.
No fórum Dogolachan, em que Guilherme e Luiz Henrique participavam, os dois não apenas pediram dicas sobre como realizar o ataque, como também agradeceram a ajuda de participantes, além de deixar um aviso de quando o ataque seria realizado.

Investigações buscam descobrir como os jovens tiveram acesso ao armamento
O promotor Rafael Ribeiro do Val, nomeado para atuar no caso, garante que as investigações também seguem com o objetivo de descobrir como os jovens tiveram acesso ao armamento utilizado no crime, sobretudo o revólver calibre 38.

Os trabalhos estão sendo conduzidos pela Delegacia de Polícia Central de Suzano. Na quarta, 12, os investigadores ouviram testemunhas e os pais dos autores.
Terrorismo na Deep Web
Similares a grupos terroristas, integrantes de site incentivam atos criminosos de extremismo e ódio, como o massacre que matou oito pessoas em uma escola em Suzano nesta quarta-feira, 12. O site reúne de forma completamente anônima usuários que incentivam crimes e atitudes de ódio. Nas postagens é comum ver menções a pedofilia, nazismo, racismo e homofobia.

Em muitos casos, seus usuários se comportam como integrantes de grupos terroristas organizados, incentivando integrantes a cometerem atos violentos e suicidas classificados por eles como heróicos. Em um dos comentários sobre Guilherme após o massacre, um dos membros do fórum afirmou que “o verdadeiro evento vai ser quando chegar a vez do Rio Grande do Sul”.
Polícia Federal já havia investigado o fórum Dogolachan
Uma operação da Polícia Federal já havia investigado o fórum Dogolachan, o que resultou na prisão de um dos líderes do grupo, identificado como Marcelo Valle Silveira Mello.
O líder já havia sido preso em 2012 e voltou à cadeira em maio último na Operação Bravata. Em dezembro do ano passado, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, o condenou pelos crimes de associação criminosa, racismo, coação, incitação ao cometimento de crimes e terrorismo. “Vamos investigar os computadores, os indícios nas residências deles, os locais que frequentavam e os vínculos com outras pessoas. Queremos chegar ao quadro mais amplo possível”, afirmou Smanio.
Atirador postou foto com arma minutos antes de massacre na escola
Em sua rede social, minutos antes do ataque, um dos atiradores postou uma foto segurando uma arma em seu Facebook. Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, não escreveu nenhum legenda na imagem.