Curitiba - A mulher abusada sexualmente pelo padrasto por 22 anos acusou o homem de desejar cometer o mesmo crime contra uma das filhas do casal. Em entrevista a repórter Beatriz Frehner da Ric RECORD, a vítima contou sobre a ocorrência.

Mulher que foi abusada por 22 anos pelo padrasto
Vítima começou a ser abusada pelo homem quando tinha 7 anos. (Foto: Reprodução/Ric RECORD)

“Ele tinha bebido, aí ela (filha do casal) sentou no colo dele, aí ele disse para ela, olhando para mim, “ela é muito parecida com você”, e passou a mão na boca dela. Aí eu percebi uma maldade nojenta dele”, explicou.

A mulher ainda contou que os abusos sexuais com o padrasto e outros homens aconteciam mesmo com a presença dos filhos do casal na residência. As crianças eram colocadas para dormir e a vítima era obrigada a ter relações sexuais no quarto ao lado.

“Eu tava sentada no colchão, chão e ele (um abusador) disse “ela está sendo forçada”. E ele (marido) disse, não está não, pode fazer. E ele (abusador), mesmo percebendo que era contra a minha vontade, ele fez”, complementou.

Mulher foi abusada pelo padrasto desde os sete anos de idade

Imagem da vítima segurando uma boneca.
Polícia investiga celular do marido da vítima para identificar responsáveis pelos abusos. (Foto: Reprodução/RECORD)

Segundo o delegado da Polícia Civil do Paraná (PCPR) Eduardo Kruger, a vítima começou a ser abusada pelo padrasto aos sete anos, quando a família ainda morava em Santa Catarina. Quatro anos depois, todos se mudaram para Araucária, mas a rotina de abusos não terminou.

“Quando a vítima completou 14 anos, o padrasto obrigou ela a se relacionar com outros homens. Ele filmava esses abusos sexuais e, caso os abusadores não obtivessem prazer com as relações, a jovem ainda era agredida por ele”, explicou o delegado.

Devido aos constantes abusos sexuais, a enteada engravidou do padrasto quando tinha 15 anos. O homem então se divorciou da mãe da vítima e obrigou a adolescente a se casar com ele, quando completasse 16 anos.

Eles continuaram a morar em Araucária e junto do abusador, a vítima teve mais dois filhos. Mesmo com as crianças, as rotinas de abusos sexuais com o então marido e outros homens continuou, com a mulher tendo 29 anos atualmente. O suspeito ainda utilizava câmeras para monitorar o dia a dia da mulher na residência, bem como monitorava o celular dela.

“O homem chegou a proibir que a vítima tomasse anticoncepcionais, porque queria que ela engravidasse de outro homem e tivesse uma menina. Não temos prova, mas suspeitamos que ele queria criar essa criança e continuar as práticas de abuso sexual nela”, prosseguiu o delegado.

A vítima relatou em depoimento à Polícia Civil que não tem provas que o marido tenha abusado de algum dos filhos do casal. Embora tenha apontado que em uma ocasião, o homem tenha “passado a mão” em uma das crianças e dito que ela estava “muito parecida com a mãe”.

Padrasto foi preso após enteada ter abusos denunciados por “fonte anônima”

Sirene
Polícia Civil pode indiciar o padrasto que abusou da enteada por quatro crimes. (Foto: Pixabay)

De acordo com o delegado Eduardo Kruger, uma denúncia anônima feita pela Central 181 levou a Polícia Civil a encontrar a vítima.

“Após contato com a vítima, mulher disse que teve “sorte” do marido não ver esse diálogo. Mulher disse que ia levar os filhos no posto de saúde e conseguiu fugir de casa, indo direto à delegacia”, continuou Kruger.

Durante o depoimento da vítima, o marido ligou ao menos 30 vezes para o celular dela e mandou diversos áudios com ameaças, por meio de um aplicativo de mensagens. Os policiais presenciaram a ocorrência e por isso o suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de perseguição e violência psicológica.

A Polícia Civil ainda prosseguirá com as investigações com o objetivo de qualificar e quantificar as denúncias da vítima. Com isso, o suspeito poderá ser indiciado também pelos crimes de estupro de vulnerável e estupro.

A Justiça aceitou o pedido da Polícia Civil e converteu a prisão do suspeito de flagrante para preventiva. Além disso, a vítima também recebeu medida protetiva contra o marido.

“Uma das filhas do indivíduo disse que o pai é “um indivíduo muito perigoso e não pode conviver em sociedade”. É muito provável que ele receba uma pena acima dos 100 anos”, finalizou o delegado.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.