
Iolinda foi morta por dois homens, um deles ficou hospedado em uma de suas quitinetes durante o carnaval; segundo a polícia, ela foi escolhida porque o criminoso sabia de sua rotina
Iolinda Gonçalves de Lima, 59 anos, morta por um inquilino que alugou uma quitinete de veraneio na praia de Guaratuba, no litoral do Paraná, foi sepultada no fim da tarde desta segunda-feira (18) em Curitiba, onde vive sua única filha.
Desaparece em Guaratuba
A vítima, que era viúva, morava sozinha em uma casa em Guaratuba e costumava alugar duas quitinetes de que ficavam nos fundos para turistas. Ela foi vista pela última vez, por vizinhos, no dia 14 de março e já no dia 15, depois de várias tentativas de contato por telefone, a filha de Iolinda ligou para a polícia e informou sobre o desaparecimento da mãe.

No local, além de marcas de sangue pelo chão, os policiais encontraram a casa revirada, perceberam que equipamentos eletrônicos haviam sido levados e carro da mulher também havia sumido.
Suspeitos são presos
Já na madrugada de domingo (17), os dois homens, um de 22 e outro de 30 anos, foram presos em Torres, no Rio Grande do Sul, após assaltar uma família. A polícia chegou até eles depois de seguir o rastreador do carro de Iolinda.
Durante o interrogatório, ambos confessaram a autoria do latrocínio -roubo seguido de morte – e informaram onde o corpo da vítima havia sido abandonado. Iolinda foi encontrada em uma estrada deserta na Vila da Glória, em São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
Morta por inquilino
De acordo com a polícia, o rapaz de 22 anos teria conhecido a mulher há pouco tempo. Na ocasião, ele alugou uma das quitinetes e, enquanto ficou hospedado, percebeu que a mulher era uma vítima fácil, pois vivia sozinha. “A dona Iolinda tem uma séria de quitinetes na sua residência, que ela usa como casas de aluguel. E um dos autores já havia ficado nessa quitinete durante o carnaval. Ele já conhecia a vítima, já conhecia sua rotina, suas condutas, e, provavelmente, utilizou isso como um meio para selecionar a dona Iolinda”, explicou o delegado Leandro Albuquerque Stabile, da Polícia Civil de Guaratuba.

Ela foi assassinada dentro de sua própria casa e colocada no carro para ser abandonado na região desabitada. “Na quinta-feira a noite quando os autores se aproximaram da dona Iolinda, abordaram ela em casa, acabaram por consumar o crime. A perícia vai poder determinar exatamente em que condições se encontrava o corpo e a razão da morte, mas a gente acredita que tenha sido por sufocamento”, disse ainda Stabile.
Investigações
Os dois seriam integrantes de uma organização criminosa. Segundo o delegado responsável pelo caso, os criminosos estavam sendo ameaçados de morte por uma facção rival e, por isso, precisaram sair de Santa Catarina. Para isso, eles deixaram um rastro de crimes: primeiro, roubaram um carro em Itapoá, também em SC, nessa ocasião, eles abandonaram o proprietário do veículo amarrado em meio a mata na mesma estrada onde Iolinda foi localizada. Na sequência, eles foram com esse carro até Guaratuba e mataram Iolinda para levar o seu veículo com o qual viajaram até o Rio Grande do Sul, onde novamente cometeram mais um crime.“Eles informaram que estava fugindo de dívidas com o crime aqui na região de Santa Catarina. O que justificaria essa pressa em avançar tão rapidamente do Paraná até o Rio Grande do Sul”, finalizou o delegado.
Os bandidos estão presos em Torres e os três episódios de crimes serão investigados cada qual em seu respectivo estado.
O delegado também confirmou que o homem de 30 anos era um foragida da Justiça. Ele cumpria pena por estupro e assalto.