Mulher atropelada e morta pelo ex estava sendo perseguida: "Não queria mais ficar com ele", diz família

A família de Maria Valdenice, a mulher de 51 anos que morreu ao ser atropelada pelo ex-marido, afirmou que o homem não aceitava a separação. Juntos há cerca de quatro anos, o casal passou a brigar com frequência e a vítima decidiu terminar o relacionamento há duas semanas, mas o ex, de 71 anos, ficou inconformado com a decisão. Na manhã desta quarta-feira (25), Maria Valdenice foi atropelada violentamente enquanto saia para trabalhar, no bairro Hauer, em Curitiba, e não resistiu aos ferimentos.

De acordo com uma das filhas de Maria Valdenice, a motivação do homem foi o fim da relação. “Era esposa dele. Eles se separaram e aí ele fez isso“, disse. Outra filha da vítima contou que a mulher estava sendo perseguida pelo ex.

“Ele ficava esperando ela no terminal, que ela me falou, procurando por ela. Daí ela falou para ele que não queria mais ficar com ele. E hoje minha irmã ligou para mim dizendo que tinha acontecido isso, ela estava indo para o trabalho.”

disse uma filha da vítima.

Outro dos cinco filhos de Maria contou que não pode julgar o padrasto, mas que acredita que o crime tenha sido planejado. “Não pensou na família dele e nem na nossa. Isso aí foi premeditado, foi planejado, eu acho. Não tem condições”, disse.

“Uma mulher batalhadora, guerreira, que nunca abandonou a gente. Infelizmente essa tragédia veio a acontecer”.

Após atropelar a ex-esposa, o homem foi perseguido por um policial civil, atingiu um motociclista e só parou ao bater o veículo.

“Durante a evasão, um policial civil que estava saindo para o plantão visualizou um veículo em alta velocidade, resolveu realizar uma perseguição, esse veículo acabou se envolvendo em um outro acidente, na sequência colidiu em um poste.”

explicou o delegado Edgar Santana, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).

O que à princípio parecia se tratar de um acidente de trânsito, após as investigações poderá seguir para a linha de crime de feminicídio.

“[Se for comprovado que não se trata de acidente e o homem usou carro como arma] Provavelmente vamos sair do âmbito de um acidente de trânsito, vamos nos inserir no caso de um homicídio com dolo, talvez até mesmo com dolo direto, mas para isso a gente precisa apurar efetivamente com a oitiva de testemunhas, imagens de sistema de monitoramento e outras provas que serão produzidas ao longo do depoimento”.

descreveu o delegado.

Com o impacto da colisão, o suspeito ficou ferido, foi socorrido e encaminhado para o hospital, onde está internado com escolta policial. Depois de receber alta, o homem será encaminhado para a delegacia.