Foto: Cidade Alerta, Reprodução

Ela se passou pelos bandidos e pediu R$ 200 mil, mas foi flagrada livre, no aeroporto de Recife, indo para o Rio

Casada há 26 anos e com dois filhos, Agueda Suzana Alves Estevam, uma mulher de 50 anos, moradora de Caruaru (PE), forjou o próprio sequestro para fugir com o amante. 

Em casa, ela disse que iria ao Recife resolver problemas familiares. Cinco dias depois, disse ter sido sequestrada – quando na verdade esteve pela capital pernambucana apenas para pegar um voo até o Rio de Janeiro.

Passando-se pelos sequestradores, ela mandou uma foto e recados via WhatsApp para a família dizendo que o valor do resgate era de R$ 200 mil. O GOE, Grupo de Operações Especiais, entrou, então, no caso. 

O primeiro investigador da polícia que viu a foto de Agueda como suposta refém desconfiou do fato de ela aparecer arrumada – de lenço, cabelos soltos e óculos, e não encapuzada. 

Nos recados para o marido, ela escreve tudo em maiúsculas e com vários erros de português – “EU SÓ. ACEITOU OS DUZENTOS MIL”, “ENTÃO LÁ VAI UM PEDACINHO DA MÃE DO BLINDADO” e outras frases que, acreditava, reproduziam o dialeto do submundo do crime.

Se a polícia já estava desconfiada, os planos da mulher ruíram de vez quando câmeras de segurança do Aeroporto Internacional do Recife a mostraram passando tranquila pelo detector de metais. Descobriu-se, então, que ela estava viajando sozinha, sem nenhuma coação, de lá até o Rio de Janeiro. 

A ideia de inventar o sequestro e cobrar o resgate era ficar com os R$ 200 mil.

Agueda foi flagrada no aeroporto recifense no dia 15. Depois que o GOE desmontou a farsa, a esperou para prendê-la em flagrante na sua volta, que ocorreu no dia 24. Na sua chegada, as câmeras de segurança do aeroporto comprovam que ela está sozinha, e não sequestrada. Ela admitiu, então, ao GOE, ter forjado toda a história.

A sua família não é rica, mas estava vendendo uma casa de herança, o que a fez pensar que poderia obter o dinheiro.

Agueda está presa por extorsão mediante sequestra e está na colônia penal feminina do Recife.