A delegada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), da Polícia Civil, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (10) sobre o caso Luana. Patrícia Paz comentou sobre o andamento das investigações para saber se a jovem, atualmente com 24 anos, é a mesma garota que foi sequestrada em 2003, na cidade de Florestópolis, no norte do Paraná.
Na época do caso, a criança tinha apenas 8 anos e estava acompanhada do irmão mais velho, de 10. Os dois foram levados por um caminhoneiro que após percorrer mais de um quilômetro agrediu e abandonou o menino. A irmã, Luana Oliveira Lopes, nunca mais foi vista.
Jovem e família aguardam resultados
De acordo com a delegada, a jovem, que pode ser a garota desaparecida no interior do Paraná, não se recorda da infância. Além disso, comentou que as suspeitas começaram a surgir na adolescência, após ouvir de familiares sobre a possibilidade dela não ser filha biológica do seu pai de criação.
Em conversa com a Polícia Civil, a jovem, que se chama Natália, informou que teve uma adolescência muito difícil e era praticamente aprisionada dentro de casa. Sem acesso a escola, a menina só conseguiu ter mais contato com outros familiares e com a sociedade após seu pai falecer, quando ela tinha em torno de 15, 16 anos.
Após pesquisar sobre crianças desaparecidas, Natália encontrou o caso da menina Luana, de Florestópolis. A mulher resolveu investigar e agora exames estão sendo realizados para comprovar, ou não, se Natália é a pequena Luana que foi sequestrada. A expectativa é que o resultado saia em 30 dias.
Jovem esteve em Florestópolis
A delegada também revelou detalhes da vinda de Natália para o Paraná. Após a suspeita, a mulher que foi criada no Rio de Janeiro, visitou a cidade de Florestópolis e encontrou com a família da Luana Lopes. “Família foi bem receptiva, mas também está muito ansiosa aguardando a conclusão do exame do DNA. Sabem que existe a possibilidade de não ser a filha”, contou a responsável pelas investigações.
Patrícia também ressaltou que uma família que tem um parente desaparecido sempre vive a expectativa do encontro.
Menina foi levada quando buscava leite
Luana e o irmão, na época com 10 anos, viviam na área rural da cidade e no dia 16 de novembro de 2003 saíram de casa, por volta das 9h, para buscar leite na propriedade vizinha.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino contou que durante o trajeto de aproximadamente 1.500 metros, onde eram obrigados a atravessar a rodovia que liga Florestópolis a Prado Ferreira, os dois foram abordados por um caminhoneiro e raptados assim que se aproximaram do veículo. Enquanto ele foi amarrado na carroceria do caminhão, Luana foi presa dentro da cabine. Ainda conforme o relato, após se afastarem do local do sequestro, o suspeito parou o veículo, amarrou o menino em um matagal, agrediu brutalmente a criança e partiu levando Luana.

Durante anos a família tentou encontrar Luana, seu irmão, inclusive, passou por uma sessão de hipnose para conseguir fazer um retrato falado do suspeito. No entanto, ninguém nunca foi identificado.