Uma mulher de 30 anos era mantida em cárcere privado há 10 anos em Paranaguá, Litoral do Paraná, pelo marido, de 66 anos, que trabalhava como vendedor de picolé. O caso só foi descoberto após uma denúncia da mãe da vítima. A delegada da Polícia Civil do Paraná (PCPR) Maluhá Soares de Miranda Silva disse que a casa onde eles viviam não tinha água encanada.

local onde a mulher era mantida em cárcere privado
A mulher alegou que tinha medo de sair de casa (Foto: Reprodução/Ric RECORD)

“Chegando no local, nós reparamos que era uma casa bastante insalubre, sem água encanada no local. Nós então localizamos essa mulher. Ela apresentava um estado de confusão mental muito grande, falava coisas desconexas. Quando perguntávamos para ela se saía de casa, ela dizia que não, porque tinha receio”, explicou.

Como forma de manter a esposa trancada em casa, o vendedor de picolé criou uma narrativa que ela corria “risco de morte” caso deixasse a residência. O homem chegou até a mencionar que ela precisava de um novo documento de identificação, caso contrário, poderia ser presa pela polícia.

“Nós perguntamos se ela tinha autorização para sair de casa sem ele e ela disse que tinha medo de sair sem ele. Inclusive ele falou que não tinha necessidade dela sair de casa sem ele. Verificamos com vizinhos, se eles já tinham visto essa mulher, e vizinhos que moram há anos lá, nunca viram ela na rua”, complementou a delegada.

Maluhá relatou que até mesmo quando foi acompanhar os policiais à delegacia, a mulher não se sentia confortável em colocar os pés no quintal. Mas após auxílio dos agentes, a vítima foi até a central encontrar a mãe.

Mãe de mulher mantida em cárcere privado disse que achava vendedor de picolé “boa pessoa”

Em depoimento à Polícia Civil do Paraná (PCPR), a mãe da mulher mantida por um vendedor de picolé por dez anos em cárcere, disse achar que o marido da filha era “boa pessoa”, nos primeiros meses de relacionamento.

Mãe da esposa mantida em cárcere em Paranaguá
Mãe disse que era impedida de ter contato com a filha. (Foto: Reprodução/Ric RECORD Curitiba)

“Várias vezes de eu ir na casa deles, ela dizer que não me conhecia, ele não deixar ela falar comigo. Eu chamava, pedia pelo amor de Deus, venha falar comigo, eu sou sua mãe. Ela dizia que eu não era mãe dela e que ele não queria que ela falasse comigo. Ele me pareceu ser uma pessoa boa. Por alguns meses ele foi na minha casa, brincava com a gente”, disse a mulher.

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Mahara Gaio

Repórter

Jornalista formada pela Universidade Positivo e pós-graduada em Jornalismo Digital. Produz pautas com foco em Clima e Tempo, além de Segurança, com ênfase em crimes e acidentes de repercussão no Paraná.

Jornalista formada pela Universidade Positivo e pós-graduada em Jornalismo Digital. Produz pautas com foco em Clima e Tempo, além de Segurança, com ênfase em crimes e acidentes de repercussão no Paraná.