Marem veio a óbito no hospital, à espera de atendimento (Foto: reprodução das redes sociais)

Ao procurar pronto socorro duas vezes, a vítima esperou por atendimento mais de cinco horas e morreu à espera de atendimento na recepção da UPA Veneza

Marem Lidiane Biavate, de 36 anos, mãe de dois filhos, morreu nesta segunda-feira (17), após aguardar por aproximadamente cinco horas por atendimento médico na UPA Veneza, em Cascavel, no oeste do Paraná.

Cinco horas à espera de atendimento

De acordo com familiares, Marem começou a passar mal no último domingo (16), e alegou estar sentindo fortes dores no peito. Ela, que estava em Santa Tereza do Oeste, também no oeste do estado, tinha ido à cidade para almoçar com amigos.

Passando mal, a mulher procurou um posto de saúde, mas, ao chegar lá, o médico relatou em atendimento que os sintomas pareciam ser de crise de ansiedade.

Ao retornar para Cascavel, cidade natal da vítima, Marem buscou novamente por atendimento na UPA Veneza, na madrugada de segunda-feira (17). No local, o caso foi classificado com tarja amarela, que significa gravidade moderada, com necessidade de atendimento médico, mas sem risco imediato.

No local, Marem foi atendida, medicada e liberada. Horas depois, um pouco antes das 10h da manhã, a vítima novamente se sentiu mal, e precisou retornar a UPA para outra avaliação.

Estado de saúde da paciente foi classificado como pouco urgente

Na segunda vez, a mulher passou pelo setor de pré-consulta, e recebeu uma pulseira laranja, que classificava seu estado de saúde como pouco urgente, ou seja, sem prioridade de atendimento médico.

Acompanhada da filha, Marem ficou sentada em uma cadeira à espera de atendimento por aproximadamente 5h, até vir a óbito na recepção. Antes disso, a paciente já havia se queixado de fortes dores no peito.

Thaysa Ramalho, filha da vítima, chamou por socorro na recepção, mas nem isso foi capaz de salvar a mãe. “Eles falaram que era primeiro os mais urgentes, e aí depois ela começou a sentir muita dor no peito, e eu fui lá pedir socorro, mas ela já estava morrendo. Ela já estava roxa, com a língua para fora. Eu pedi para que ela falasse comigo, mas ela não conseguia”, conta inconformada.  

Alisson Biavati, outro filho da vítima, diz  bastante emocionado que a mãe era tudo em sua vida. “Ela era minha mãe e meu pai junto. Ela era tudo pra mim. Eu tô destruído”, finaliza.

Mãe de Marem pede por justiça

Areodete Pereira, mãe da vítima, diz que espera por justiça e que fará de tudo para que isso não passe batido. “Espero que tomem uma providência. Eu não vou ficar calada. Eu não vou. Eu vou atrás de qualquer coisa. Não vai trazer ela de volta, mas eu quero justiça pelo que fizeram com ela. Não é justo”.

Assista reportagem completa da repórter Beatriz Frehner, de Cascavel, da RICTV | Record TV: