Diogo ficou calado durante o trajeto (Foto: Luciano Chinasso/RICTV Curitiba)

Diogo Coelho permaneceu calado durante o trajeto entre o 22º Batalhão da Polícia Militar, onde está preso, até o Fórum

*Com informações dos repórteres Tiago Silva e Daniel Santos

O policial militar Diogo Costa Coelho, preso no sábado (19) suspeito de desaparecer com a ex-esposa Andriely Gonçalves Silva, 22 anos, passa nesta terça-feira (22) por audiência de custódia no Fórum de Colombo, na região metropolitana da capital paranaense. Na segunda-feira (21), a Polícia Civil divulgou imagens de câmeras de segurança que revelam Andriely deixando o apartamento ao lado do PM.

Audiência

A audiência de custódia durou cerca de 15 minutos. Ao ser questionado pela juíza, Diogo Coelho foi enfático: “não sei onde está essa moça”. A defesa pediu para que ele seja internado em um hospital psiquiátrico, mas o pedido foi negado pela magistrada. Em um outro pedido, a defesa também solicitou uma sala mais adequada dentro do Batalhão da PM onde ele está preso – o pedido também foi indeferido pela juíza.

Silêncio

Durante todo o trajeto entre o 22º Batalhão da Polícia Militar, onde está preso, até o Fórum, Diogo Coelho permaneceu calado. Vestido com roupas de civil, o policial chegou para a audiência sem advogados. Ao delegado do caso, Reinaldo Zequinão, Diogo disse que só falaria em juízo.

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Promotor de Justiça

Robertson acredita que a qualquer momento Diogo poderá falar mais sobre o desaparecimento. (Foto: Daniel Santos)

Robertson Fonseca de Azevedo, promotor de Justiça que representa o Ministério Público no caso, disse que o pedido de realocação do suspeito foi indeferido porque não existe nenhum documento médico que afirme que Diogo precisa ser transferido ou ter tratamento diferenciado.

“Existiam elementos suficientes em termos de indício de autoria e materialidade que justificassem a prisão temporária. Quem sabe a gente consegue dele, eventualmente, o depoimento. A qualquer momento ele pode dizer o que aconteceu”, afirmou o promotor sobre a motivação da prisão temporária do suspeito. 

Suspeita

Uma perícia realizada pela Polícia Civil com o reagente luminol apontou vestígios de sangue no banco traseiro e no porta-malas do carro do policial militar na última terça-feira (15). Imagens de câmeras de segurança da rua flagraram Andriely e o ex-marido saindo do prédio por volta das 3h30 da madrugada de quarta-feira (9). Na quinta, o policial foi visto voltando sozinho ao apartamento.

Para o delegado Reinaldo Zequinão, da Delegacia da Polícia Civil do Alto Maracanã, responsável pelas investigações, o único suspeito é Diogo Coelho e a principal linha de investigação gira em torno do ex-marido de Andriely.

Desaparecimento

A estudante de direito estava sozinha em seu apartamento, em Colombo, e conversava por chamada de vídeo com um amigo quando fez uma cara de pânico e a chamada caiu. Pouco tempo antes, ela teria dito que acreditava que alguém havia entrado no local, já que a porta estaria destrancada.

Na madrugada do desaparecimento, o policial tentou pegar imagens de câmera de segurança de um estabelecimento que fica em frente ao prédio onde eles moravam, mas não conseguiu. Nessas imagens, ele aparece fardado em uma viatura e na companhia de outro PM. O apartamento, que está no nome dele, era usado pela jovem desde a separação. Apesar disso, o ex-marido ainda tinha as chaves do local porque não havia levado todas suas coisas da residência.

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