“Não tem perigo, mãe. Confia em mim”, disse adolescente que morreu após ir a motel
A mãe da adolescente Lívia Ziamini, de 16 anos, que morreu após ir até um motel com Lucas Nascimento de Carvalho, de 29 anos, na última quarta-feira (20), conversou com a RIC Record TV e contou que a família enfrenta a dor de não saber o que aconteceu com a jovem.
“A gente está sentindo a dor da revolta pela situação que minha filha foi encontrada, que foi socorrida, a gente está sentindo a dor da revolta, de não ter resposta, a gente está sentindo a dor de perder um filho, que é maior do que tudo e qualquer coisa. A gente perdeu um tesouro”, disse Ana Paula Ziamini.
O laudo que deverá esclarecer a causa da morte deve sair nas próximas semanas. Na sexta-feira (22), peritos do Instituto Médico-Legal (IML) confirmaram que Lívia sofreu uma edema pulmonar, no entanto, não foi possível afirmar que essa foi a razão do óbito.
“O doutor Hermínio [delegado] pediu laudos complementares justamente por conta de ter sido constatado o edema pulmonar, que pode ter várias causas. Ele pediu laudos do sistema digestivo, do respiratório, enfim, todos além do que geralmente se faz”, explicou a advogada Adriana Sottomaior.
Lívia morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, depois que Lucas a levou até o local. Segundo ele, a jovem começou a sangrar quando os dois mantinham uma relação sexual e acabou desmaiando.
Em entrevista, Lucas declarou que quando saiu do motel, ela ainda apresentava batimentos cardíacos, mas Ana Paula contou que o médico informou que na chegada, ela já estava morta.
“Quando o médico me chamou de lado ele disse: ‘Mãe, quando a Lívia chegou aqui ela já não tinha mais pulsação”, pontuou Ana Paula. A mãe ainda lembrou que quando viu a filha já sem vida, a garota apresentava sinais de sangramento nos olhos e ouvidos:
“Ela estava toda roxinha, cheia de sangue. Ela tinha sangue no canto dos olhos, sangue pelo ouvido e quando eu cheguei perto da maca, eu comecei a gritar muito e coloquei a mão embaixo da cabeça dela e ela estava cheia de sangue”, completou a mãe.
Durante a conversa com o Balanço Geral Curitiba, a mãe lembrou que quando a filha falou sobre um possível relacionamento com Lucas, que era já conhecido pela família, ela não aprovou. No entanto, a adolescente insistiu para que ela permitisse que os dois fossem até um shopping e ela acabou deixando.
“Quando apareceu o Lucas na nossa vida, em função da Lívia, foi no dia 11 de janeiro agora. Quando ela me virou o celular, eu falei: ‘Lívia, esse é o Lucas Palheiro. Eu não quero você falando com ele’. Quando foi na quarta-feira de manhã, ela: ‘Mãe, deixa eu sair’. No primeiro momento, eu falei que não e aí, ao longo da manhã, ela continuou na insistência e eu falei: ‘Lívia, eu não quero que você vá’. Ela olhou para mim e disse assim: ‘Deixa eu ir, confia em mim. Nós vamos ao shopping comer uma batata, de repente a gente vê um filme, conversa. Não tem perigo, mãe. Confia em mim’. Eu deixei por bobeira ou por confiar nela porque em nenhum momento eu confiei nele, só que eu também não imaginava o que poderia acontecer”, finalizou a mãe.
Lívia saiu de casa por volta da 1h09 dizendo à mãe que iria com o homem ao shopping, o carro de Lucas deu entrada no motel à 1h24 e cerca de uma hora depois, ela já estava morta na UPA.