O alvará de soltura de Francielle saiu por volta das 16h e, no pedido, a defesa alegou que a jovem agiu em legítima defesa
Francielle Carolina Moscaleski, suspeita de ter matado o marido, Cássio Ormond Araújo, tenente da Polícia Militar (PM), saiu da prisão na tarde desta quinta-feira (10). O pedido de liberdade foi concedido pela Justiça pela manhã, depois que a juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, revogou a prisão preventiva.
O alvará de soltura de Francielle saiu por volta das 16h. No pedido, a defesa alegou que a jovem agiu em legítima defesa, pois no dia do crime teria sido estuprada pelo marido. Ela teria conseguido se soltar do marido e atirou contra ele. Até então, Francielle não falava qual tinha sido o motivo do crime.
Quando o crime aconteceu, em 23 de julho deste ano, Francielle inicialmente disse que era suicídio, depois afirmou que o tiro foi acidental e que a arma teria disparado enquanto manuseava. Agora, a defesa alega que “era comum a acusada ser estuprada pelo marido”. Ainda de acordo com o delegado, Francielle foi interrogada pela polícia sob efeito de medicamentos e foi pedido, agora, ao Ministério Público e a Polícia Civil, um novo interrogatório.
O advogado da jovem pediu à Justiça que não receba a denúncia enquanto a acusada não for ouvida pelo MP ou pela Polícia Civil, e enquanto os laudos pendentes não foram juntados aos autos. No despacho, a juíza explica que “existem elementos que indicam que a ré matou o marido, no entanto, apesar dos indícios de crime doloso, não existem elementos suficientes para a manutenção da prisão preventiva, já que não há elemento robusto que corrobore qualquer das versões”.
Apesar de liberar a saída do Complexo Médico Penal, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde estava presa desde então, a juíza impôs algumas medidas cautelares que devem ser cumpridas. Francielle deve comparecer, bimestralmente, em juízo para comprovar atividade lícita e endereço; está proibida de se ausentar da Comarca sem autorização; foi advertida de que a prática de outro crime vai implicar na reanálise do benefício e foi proibida de se aproximar das testemunhas arroladas na denúncia até a data da audiência, que ainda vai ser marcada.
O promotor Lucas Cavini, que está no caso, disse que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) vai recorrer da decisão da Justiça. Segundo o promotor, o recurso vai ser apresentado no prazo, até a próxima segunda-feira (14).