Curitiba - Uma troca de mensagens entre Fábio de Souza e uma corretora de imóveis, obtida com exclusividade pela Coluna Arquivo Aberto, complica ainda mais a situação de Douglas Romanoviski, preso preventivamente acusado de latrocínio e ocultação de cadáver. As mensagens revelam que o imóvel que Douglas dizia ter comprado de Fábio em fevereiro, na verdade foi alugado por R$ 1.800,00 mensais — naquele mesmo mês.

Douglas foi preso no apartamento, no último dia 22, acusado de duplo latrocínio e ocultação de cadáver. Ele morava no imóvel desde fevereiro. Para a polícia, ele matou Fábio e a mãe, Maria Auxiliadora, de 78 anos, para roubar dinheiro e bens das vítimas. As investigações apontam que, após o desaparecimento dos dois, em 24 de junho, Douglas recebeu mais de R$ 40 mil em transferências bancárias da conta de Maria Auxiliadora para as contas dele e do filho. O acusado ainda estava com o carro de uso pessoal de Fábio escondido na garagem do condomínio.
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Apartamento foi anunciado para locação em fevereiro
O imóvel onde Douglas estava morando, e no qual foi preso no último dia 22, foi colocado para locação no início de fevereiro. O apartamento era novo e havia recebido melhorias. Para agilizar a locação, Fabio procurou uma corretora de imóveis. A coluna teve acesso a mensagens trocadas ente o empresário e a profissional, além da descrição do anúncio de locação da época: “o apartamento está semi-mobiliado, entregue com armários de cozinha, pia com fogão de indução, sala com sofá, painel de TV, jogo de mesa para quatro lugares, máquina lava e seca, micro-ondas e alguns eletrodomésticos.” , dizia o anúncio de locação (veja fotos exclusivas abaixo)

A procura pela corretora surgiu após um cliente desistir do negócio. “O apartamento voltou porque o rapaz não teve o dinheiro, não fechou o contrato.” — ouça o áudio abaixo
Na sequência, a corretora informou o valor do aluguel: R$ 1.800,00, além das obrigações do locatário, como o depósito de dois aluguéis de garantia e o pagamento adiantado do primeiro mês.
Imovel alugado é o mesmo que Douglas morava
Na manhã de 23 de fevereiro, Fabio enviou uma mensagem para a corretora avisando que o imóvel havia sido alugado. E essa é a mais nova contradição de Douglas dentro da investigação sobre o latrocínio de Fábio e da mãe, Maria Auxiliadora. O imóvel que Fábio se refere na mensagem, dizendo ter sido alugado, é o mesmo em que Douglas estava morando desde fevereiro. Ou seja, Fábio nunca colocou o apartamento à venda.

Nova mentira complica ainda mais o acusado do crime contra mãe e filho mortos
Douglas se colocou no centro da investigação do desaparecimento de Fábio de Souza e Maria Auxiliadora ao apresentar versões contraditórias sobre uma transferência de R$ 10 mil recebida da conta da idosa. À família, disse que era comissão pela venda de um terreno na fronteira com o Paraguai. À polícia, afirmou que o valor serviria para pagar dívidas de Fábio. Já em entrevista ao jornalista Leonardo Gomes, no Cidade Alerta, garantiu que era parte de uma dívida de R$ 50 mil que Fábio teria com ele.

A polícia descobriu depois que Douglas recebeu, ao todo, R$ 30 mil em transferências da conta de Maria Auxiliadora. Outros R$ 12 mil foram enviados diretamente para a conta do filho dele, uma criança. Além disso, Douglas escondia o carro de uso pessoal de Fábio na garagem do condomínio e omitiu essa informação da polícia.
Agora, com a troca de mensagens entre Fábio e a corretora, Douglas terá que explicar novamente como passou a morar em um apartamento que Fábio estava alugando. Mais que isso: para sustentar a versão de que comprou o imóvel, terá que apresentar o suposto contrato de gaveta que disse ter assinado.
A Polícia não tem dúvidas de que Douglas está diretamente envolvido no desaparecimento de Fábio e Maria Auxiliadora. Afirma, inclusive, que há indícios suficientes para indiciá-lo por duplo latrocínio e ocultação de cadáver. Douglas nega as acusações — e nega também ter estado em Antonina, no litoral do estado, onde o celular de Maria Auxiliadora foi ligado pela última vez, ao lado do dele, segundo relatórios das torres de telefonia da cidade.
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