Das 184 mortes ocorridas no trânsito de Curitiba no ano passado, 129 ocorreram e ruas e avenidas. (Foto: Everson Bressan/SMCS)

Em 2015, foram registradas na capital 184 mortes, em 179 acidentes, contra 226 mortes no ano anterior

O número de mortes no trânsito em Curitiba caiu 17,5% em 2015, em
comparação com o ano anterior. É a maior queda registrada desde 2011,
quando a cidade iniciou o monitoramento, após aderir ao programa Vida no
Trânsito. Desde então, o número de mortes em acidentes de trânsito em Curitiba
já teve redução de 40,6%, aproximando
antecipadamente a capital da meta do programa, que é de redução de 50% até o
ano de 2020.

O Vida no Trânsito é um programa intersetorial, coordenado
pelo Ministério da Saúde. Em Curitiba, as ações do projeto foram intensificadas
a partir de 2013, acelerando o processo de redução das mortes no trânsito.

Em 2015, foram registradas na cidade 184 mortes, em 179 acidentes (cinco desses acidentes resultaram em
duas mortes cada um). No ano anterior, foram 223 mortes.

O dado confirma uma tendência verificada na cidade nos
últimos anos. O número de mortes no trânsito caiu 15,8% em
2012; 13,1% em 2013; 1,3% em 2014 e 17,5% no ano passado
.

“Os dados demonstram um resultado de curto prazo muito
efetivo a partir de medidas como a redução da velocidade na área central, com a
implantação da Área Calma, as ações educativas e o investimento em
infraestrutura”, afirma o prefeito Gustavo Fruet.  “Mas esse é um debate
permanente, que deve envolver a sociedade, para definir se o espaço urbano, as
vias, são para transportar mais carros ou mais pessoas.”

Fruet disse que Curitiba não foi planejada para ter um
milhão de veículos. “Qualquer intervenção, principalmente no anel central, tem
um custo muito alto em obras e desapropriações. Por isso, sem deixar a
infraestrutura de lado, estamos trabalhando em mudanças de conceito e hábitos.
Nosso foco é a preservação da vida”, afirmou.

Acidentes

A análise dos dados de 2015 feita pelo comitê do programa
Vida no Trânsito mostra que, em números absolutos, pedestres, homens e jovens na
faixa etária de 20 a 29 anos são as principais vitimas de acidentes
.

O número de mortes de pedestres (71 em 2015) caiu 11,5%, mas ainda
assim eles representam 38,6% das vítimas, seguidos por ocupantes de motocicleta
(56 casos, o que equivale a 30,4% do total) e ocupantes de automóvel (34
vítimas = 18,5%).
 
Os ciclistas representam 10,3% do total de mortes,
mas formam a única categoria em que o número de vítimas aumentou em 2015 em
relação a 2014 (de 11 para 19). O coordenador de mobilidade urbana da Setran,
Gustavo Garrett, observa que três das 19 mortes decorreram de quedas e que
cinco óbitos ocorreram em trechos urbanos de rodovias – quatro deles em
acostamentos, que são classificados como vias cicláveis pelo Código de Trânsito
Brasileiro. “Há dados que indicam que ainda há muita imprudência no trânsito,
tanto de motoristas em relação aos ciclistas quanto dos próprios ciclistas”,
afirma.

Na análise por idade, a faixa com maior número de vítimas é a dos 20
aos 29 anos
. Foram 51 vítimas nessa faixa etária, o que
equivale a 28,3% do total).

Os dados mostram também que o risco de um homem morrer no
trânsito em Curitiba é cinco vezes maior que o risco observado entre as
mulheres
. Em 2015, 81% das vítimas fatais no trânsito da cidade
eram homens.

Local e hora

Das 184 mortes ocorridas no trânsito de Curitiba no ano
passado, 129 ocorreram e ruas e avenidas, 45 em trechos urbanos de rodovias e
10 na Linha Verde. O número de acidentes na Linha Verde foi o que
apresentou maior queda (41,2%)
, o que pode ser explicado pela
intensa fiscalização feita em conjunto pela Polícia Rodoviária Federal e
Setran, além de obras de engenharia – parte já concluída e outra em curso.

Os dados mostram que os fins de semana concentram a maior parte dos
acidentes com vítimas fatais
: 35% das mortes ocorreram em
sábados e domingos. Dos 184 óbitos registrados, 38 decorreram de acidentes
ocorridos em sábados e 27 em domingos, enquanto 28 ocorreram em sextas-feiras. O período do dia com mais
mortes é o que vai das  20 às 21 horas
 (35 mortes).

Fatores de risco

A exemplo do registrado nos anos anteriores, o uso de álcool, velocidade
excessiva, imprudência e desrespeito à sinalização ocupam os primeiros lugares
entre os fatores e condutas de risco associados aos acidentes de trânsito.