
Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária, 14 de busca e apreensão e três de condução coercitiva
Desde as 6h desta terça-feira (26), cerca de 60 policiais civis estão nas ruas da capital para cumprir 29 mandados expedidos pela Justiça contra uma quadrilha suspeita de aplicar golpes para obter o seguro
DPVAT e para driblar o rodízio de empresas funerárias em Curitiba.
Deflagrada pelo Núcleo de
Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), a “Operação Ressurreição”, além de Curitiba, acontece em quatro municípios
da Região Metropolitana e em Ponta Grossa. Foram expedidos 12 mandados de
prisão temporária, 14 de busca e apreensão e três de condução coercitiva. Entre
os alvos está um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), empresários,
funcionários públicos do Instituto Médico Legal (IML) e agentes funerários.
Integrantes da organização criminosa se passavam por
funcionários do IML, da Polícia e até do Exército para enganar familiares dos
mortos com o objetivo de obter o seguro DPVAT. “A quadrilha arquitetou um plano
para aliciar os familiares das pessoas mortas, obtendo delas procurações para
que entrassem com o seguro DPVAT – que pode chegar até R$ 13,5 mil. Uma pequena
parte era repassada para a família enquanto que o restante ficava com os
criminosos”, explicou o delegado do Nurce, Renato Basto Figueroa, que conduziu
as investigações.
Os investigados passavam o dia e especialmente a madrugada
atrás de corpos vítimas de acidentes de trânsito ou morte natural, sendo que
para isso corrompiam os motoristas do IML, para que estes passassem informações
privilegiadas e em tempo real dos óbitos. Para cada “corpo” indicado, os
funcionários do IML recebiam R$ 700.
A quadrilha chegou a fraudar documentos do local de morte de
algumas pessoas e até mesmo de produzir um atestado de óbito de uma pessoa que
está viva – fato que ensejou o nome da operação. O Nurce investigava a
quadrilha deste julho de 2015 depois que a direção do IML detectou
irregularidades na liberação dos corpos de duas pessoas.
Participam da ação policiais do Nurce, do Centro de Operações
Policiais Especiais (Cope), do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial
(Tigre), do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Delegacia de Crimes
Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), do Núcleo de Proteção à
Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), da Corregedoria da Polícia
Civil e da 13ª Subdivisão da Polícia Civil de Ponta Grossa.