A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público deflagram hoje (4) a segunda fase da “Operação Sete Capitães”, para cumprir 14 mandados de prisão preventiva nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná, contra integrantes de uma organização criminosa especializada em furto de combustíveis diretamente de dutos da Transpetro, responsável por mais de doze perfurações nos municípios de Quissamã e Carapebus, no Norte Fluminense.

A operação – batizada de SETE CAPITÃES – recebeu esse nome em alusão aos exploradores da região Norte Fluminense do século XVII.

A primeira fase da Operação Sete Capitães ocorreu em novembro de 2019, prendendo seis integrantes da organização criminosa, incluindo um policial militar e dois vigilantes da empresa terceirizada de segurança patrimonial contratada pela Transpetro para inspecionar os dutos por onde os combustíveis são transportados.

Segunda fase da Operação Sete Capitães

Essa segunda fase das investigações desbaratou o restante da organização criminosa, identificando os demais responsáveis diretos pelas perfurações nos dutos, transporte dos combustíveis, bem como o receptador do líquido subtraído e financiador da organização criminosa. De acordo com as investigações, oito dos investigados são do estado de São Paulo, sendo eles os responsáveis pelo transporte do combustível subtraído no Norte Fluminense.

No Rio de Janeiro foram identificados mais três integrantes da organização criminosa, todos atuantes na perfuração dos dutos da Transpetro.

Também foi identificado o fiscal da empresa terceirizada pela Transpetro encarregado por garantir que as derivações não fossem descobertas, proporcionando tranquilidade para que os demais integrantes atuassem. O suspeito agia em conjunto com outros dois vigilantes que prestam serviço para a Transpetro e com um policial militar, todos estes presos na primeira fase da operação.

Durante as investigações foi identificado também o braço financeiro da organização criminosa, o empresário capixaba DAVISON LUIZ SENHORINI, ligado ao maior ladrão de combustíveis do país, DENILSON SILVA PESSANHA, o MANINHO DO POSTO, preso pela DDSD no dia 05/11/2020. DAVISON financiou o restante do grupo com veículos e expressivos repasses de dinheiro que possibilitaram as ações criminosas.

O ponto chave da investigação foi a identificação do empresário paranense Walmir Aparecido Marin, sócio-administrador da empresa de resíduos WA MARIN, sediada na cidade de Rolândia/PR, que receptou cerca de 80% do combustível furtado no Norte Fluminense do Rio de Janeiro.

A Organização criminosa investigada subtraiu em uma única empreitada delituosa o valor aproximado de 500 mil litros de petróleo cru.

Levando em consideração que as investigações e evidências obtidas pela DDSD apontam que essa OrCrim já realizou mais de uma dezena de ações como essa, estima-se que os indiciados já tenham conseguido subtrair cerca de 3 milhões de litros deste combustível, que se traduz na quantia de aproximadamente R$ 4.800.000,00.

Cabe ressaltar que cada derivação clandestina realizada pelos criminosos gera um alto custo à Transpetro para a realização do reparo das tubulações (oleodutos), que variam de R$ 300.000,00 a R$ 2.000.000,00 cada, o que pode ter gerado um prejuízo de mais de R$ 25.000.000,00 à estatal.

Em 2019 ocorreram 40 derivações clandestinas e, em 2020, 13 derivações no Estado do Rio de Janeiro. Devido às ações da DDSD, como a Operação Baú, realizada em outubro de 2020 e com a prisão do maior furtador de combustíveis do país, o Maninho do Posto, realizada pela Especializada em novembro deste ano, não há mais registros de derivações (furtos) de combustíveis no estado do Rio de Janeiro

A ação contou com o apoio das Polícias Civis e dos GAECOs dos Estados envolvidos.

A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados vem intensificando ações de inteligência, investigações e ações contra grupos criminosos especializados em furtos de combustíveis diretamente de dutos da Petrobrás, reduzindo consideravelmente os impactos financeiros e ambientais desta prática