O relatório do Ministério Público Federal sobre a Operação Tank aponta Curitiba como o epicentro da lavagem de dinheiro do esquema bilionário de produção, adulteração e venda de combustíveis no Brasil.

Homem abastecendo carro para representar a Opeação Tank
Operação Tank: postos de combustíveis serviam como frente para movimentar recursos do tráfico internacional de drogas (Foto: imagem ilustrativa / Pixabay)

O documento, obtido com exclusividade pela Coluna Arquivo Aberto mostra que usando 46 postos de combustíveis como fachada, o Primeiro Comando da Capital, é acusado de lavar R$ 1,3 bilhão na Capital Paranaense. Veja o infografico do MPF abaixo.

A Facção criminosa usou, durante anos, segundo o MPF, empresários do setor de combustíveis em Curitiba e região metropolitana para estruturar e expandir o maior esquema criminoso já estão descoberto nos ultimos anos.

E em solo curitibano, o PCC fez muito dinheiro, conforme apontam as investigações. Segundo o relatório, só aqui, na capital paranaense, os postos investigados movimentaram além dos R$ 1,3 bilhão, R$ 88 milhões em depósitos em dinheiro vivo. Tudo isso sem origem declarada. Veja trecho do documento.

Operação Tank: como o esquema funcionava

A engrenagem funcionava de forma simples: postos de combustíveis eram usados como fachada para escoar o dinheiro do tráfico internacional de drogas.

Em seguida o dinheiro arrecadado era “branqueado” com emissão de notas frias, depósitos fracionados, transferências cruzadas entre empresas de fachada. Uma estrutura criada para dificultar o rastreamento dos crimes usando negocios limpos para lavar dinheiro sujo.

Bairros como CIC, Sítio Cercado, Boqueirão, Pinheirinho e Xaxim aparecem como pontos estratégicos para a operação dos Postos de Combustíveis. No entanto, regiões nobres da cidade, como Alto da XV, Santa Felicidiade e Cascatinha (região dos condomínios de luxo) também contavam com postos de gasolina a serviço da Facção.

O esquema ia além e alcançava cidades da região metropolitana, como Araucária, Colombo e São José dos Pinhais.

Para manter a estrutura de pé, os donos de postos recorriam a laranjas — gente humilde, como motoboys e lavadores de carro — que assumiam o papel de sócios no papel, enquanto o controle real seguia nas mãos dos empresários ligados ao esquema.

No total, a movimentação atribuída ao grupo passa dos R$ 10 bilhões em todo o Brasil. E para os investigadores, uma coisa ficou clara: O mercado de combustíveis em Curitiba virou peça-chave na lavagem de dinheiro do PCC, considerado hoje um dos maiores Cartéis de Drogas do mundo.

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jornalista pedro neto posando para foto, de camisa preta e com o fundo branco
Pedro Neto

Colunista

Pedro Neto é curitibano, jornalista investigativo e especialista em gestão de crises. Com mais de 20 anos de estrada, acompanha de perto os bastidores dos casos criminais que mais repercutem no Paraná e no Brasil.

Pedro Neto é curitibano, jornalista investigativo e especialista em gestão de crises. Com mais de 20 anos de estrada, acompanha de perto os bastidores dos casos criminais que mais repercutem no Paraná e no Brasil.