A Polícia Civil do Paraná (PCPR) indiciou seis pessoas suspeitas de envolvimento no homicídio do policial penal Lourival de Souza, de 49 anos, ocorrido no dia 12 de agosto em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O inquérito policial que apurou o crime foi concluído na quarta-feira (9).

Durante as investigações, a polícia descobriu que a ordem para matar Souza partiu de dentro da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) I. Os detentos estariam incomodados com ações táticas realizadas por policiais penais dentro do presídio.

Três dos suspeitos teriam praticado o crime a mando de outros dois. O sexto indiciado estaria envolvido no roubo do carro utilizado no dia em que ocorreu o homicídio, um Jetta, queimado momentos após o crime próximo ao Zoológico de Curitiba.

“Esse crime foi arquitetado, infelizmente, por uma organização criminosa que estava presente na Penitenciária Estadual de Piraquara: dois indivíduos presos que detinham o poder de mando dessa facção teriam ordenado a morte do Lourival e três soldados teriam a realizado”, explicou o delegado Fábio Amaro, responsável pelo caso. 

Exceto os indivíduos apontados como mandantes do crime, que já estavam presos, os demais foram detidos no decorrer das investigações, entre os meses de setembro e dezembro, por crimes distintos. Sendo dois deles presos por latrocínio após cometerem outro assassinato na Grande Curitiba. 

“Houve um outro crime, já na cidade de Fazenda Rio Grande, cujo os executores do Lourival seriam os mesmos participantes desse crime e teriam matado um vigilante de um mercado do município”, completou Amaro. 

Cinco dos suspeitos já tiveram mandados de prisão preventiva pelo homicídio de Souza cumpridos dentro do presídio. O suspeito de atirar e matar o policial penal foi identificado no final das diligências e teve seu mandado de prisão preventiva pelo crime solicitado à Justiça. 

“Eles encontram-se detidos, à disposição da Justiça e vão responder pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa”, finalizou o delegado.

Agente penitenciário é executado em Piraquara

No dia do crime, três suspeitos foram até a residência do agente penitenciário, sendo que um deles permaneceu em um restaurante em frente à casa da vítima. Este, em posse de arma de fogo, rendeu funcionários e clientes que estavam no estabelecimento, enquanto os demais invadiram a residência do policial penal e o mataram no momento em que tomava banho. Souza foi vítima de vários disparos de pistolas 9mm.

Após o crime, o Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (SINDARSPEN) cobrou mais segurança para os policiais. Conforme Ricardo Carvalho Miranda, diretor-presidente da entidade, Souza já vinha sendo ameaçado de morte pela organização criminosa e, pior, já havia sofrido uma tentativa de assassinato, mas mesmo assim, permaneceu trabalhando como agente penitenciário.

“O Estado sabia do que estava acontecendo, o Lourival havia recebido informações de que tentariam contra a vida dele. Ele procurou o departamento de inteligência, ele relatou isso aí. Há 20 dias alguns criminosos estiveram na casa dele, em frente à residência dele, algumas pessoas observaram os criminosos. Então, já havia essa informação de que ele seria executado.[…] Por que não transferiram o Lourival para outra penitenciária para preservar ele? Por que o estado não deu proteção para ele?” desabafou Ricardo Carvalho Miranda, diretor-presidente do SINDARSPEN, à época.