Cascavel - O Ministério Público do Paraná (MPPR) pediu a prorrogação por mais 30 dias da prisão do padre suspeito de abusar sexualmente de 9 pessoas em Cascavel, no oeste paranaense. Genivaldo Oliveira dos Santos, de 41 anos, está detido desde o dia 24 de agosto.

Padre suspeito de abuso sexual contra 9 vítimas em Cascavel
Casos de abusos cometidos pelo padre teriam sido acobertados por arcebispo. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O padre prestou depoimento à Polícia Civil do Paraná (PCPR) na última quarta-feira (17) e, segundo a defesa do suspeito, ficou em silêncio durante os questionamentos.

Ainda de acordo com a defesa do suspeito, o padre foi transferido de uma penitenciária de Cascavel para um centro de detenção em Curitiba.

Saiba quem é o padre preso suspeito de abusos

Padre suspeito de abusos durante missa
Genivaldo em uma paróquia na cidade de Cascavel (Foto: reprodução / RICtv)

O padre que foi preso em Cascavel suspeito de abusar sexualmente de jovens e adolescentes foi detido durante a operação “Lobo em Pele de Cordeiro” no último domingo (24).

Ao todo, o católico trabalhou como sacerdote há 12 anos em diversas cidades do Oeste do Paraná. Durante esse tempo, Genivaldo teria abusado de ao menos nove vítimas, todos adolescentes de famílias carentes e que participavam de projetos da Igreja.

Segundo a investigação, o padre que foi preso em Cascavel era conhecido por ter um “padrão de comportamento predatório” desde a época em que ainda estava no seminário. Em 2010, ele teria tentado violentar outro seminarista.

A PCPR também identificou irregularidades na gestão financeira na paróquia onde o religioso atuou até 2024. Além disso, também foi descoberto que Genivaldo oferecia “terapias” em um consultório próprio, ato considerado exercício ilegal de medicina.

Padre que foi preso em Cascavel teve abusos acobertados durante anos

Padre e arcebispo suspeito de abusos em imagem durante trabalho
Padre Genivaldo Oliveira dos Santos (esquerda) e arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos (direita). (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A investigação da PCPR também apontou que o antigo arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos, acobertou os abusos sexuais cometidos pelo padre. De acordo com a delegada Thais Zanatta, Mauro teria protegido Genivaldo até sua morte, em 2021.

“Ele acabou passando pano para esses abusos cometidos por esse seminarista. Eles tinham um vínculo bem próximo e há relatos que esse arcebispo cometia assédios contra outros seminaristas, inclusive dentro da cúria”, explicou a delegada.

Padre seria proprietário de carro envolvido em acidente com morte

Mãe de vítima em acidente de carro que seria padre dando entrevista
Emocionada, a mãe deu entrevista após depoimento sobre o acidente com o carro que seria de padre (Foto: reprodução / RICtv Oeste)

Genivaldo Oliveira dos Santos também é suspeito de ser proprietário de um carro envolvido em um atropelamento com morte. O motorista que conduzia o veículo ainda não foi identificado.

Conforme informações apuradas pela RICtv Oeste, o acidente aconteceu em 12 de outubro de 2019, na Rua Panamá, próximo à Rua Florêncio Galafassi, no bairro Periolo, em Cascavel. Luis Edimar, de 30 anos, sofreu traumatismo cranioencefálico grave após ser atingido pelo carro. Equipes do Siate foram acionadas, mas apenas constataram a morte.

Na saída da delegacia, a mãe da vítima, Neusa falou rapidamente com a imprensa. Segundo ela, seis anos após o caso, as investigações sobre o atropelamento com morte foram iniciadas.

“Meu filho morreu igual a um cachorro. Até hoje ninguém fez nada, agora que o delegado vai começar a investigar”, disse Neusa.

O motorista realizou o teste do bafômetro, com resultado negativo. Desde então, a família afirma não ter recebido respostas sobre as circunstâncias do atropelamento.

Advogado nega que vereador auxiliou padre

O veículo foi encontrado posteriormente na residência do padre Genivaldo Oliveira dos Santos. Novas testemunhas foram chamadas a depor, incluindo pessoas que teriam presenciado o atropelamento, policiais que participaram do atendimento e o vereador Sidney Mazutti, que segundo a família da vítima, teria sido flagrado no local do acidente para ajudar o amigo Genivaldo. O advogado nega a informação.

“De forma espontânea, ele deu suas versões dos fatos. Essa versão de que o senhor Mazutti teria ido até o local do acidente, de alguma forma, feito algum ato, evitando a investigação, não procede. […] No dia do acidente, quem praticou o acidente foi devidamente identificado e foi preso. A autoridade policial esteve no local, houve isolamento no local para averiguar a situação que ocorreu o acidente, foi identificado o proprietário do carro, o condutor do veículo e adotada as medidas naquele momento”, disse o advogado do vereador.

Ainda, conforme o advogado, o padre tinha amizade com Mazutti.

“Ele frequentava, era confidente do padre, confessava e participava das missas. Não só com esse padre, mas com os antecessores dele. Então, ele estava semanalmente participando das atividades da igreja local”, complementou.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.