Pai de Juliana Marins faz carta aberta para a filha: 'Metade arrancada de mim'

Manoel Marins, pai de Juliana Marins, lamentou a morte da brasileira de 26 anos que caiu dentro do vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia. Por meio de uma carta aberta nas redes sociais, o genitor usou a música Pedaço de Mim, lançada por Chico Buarque no ano de 1978, para descrever o momento em que está passando. Confira a letra da canção abaixo:

“Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus”

Juliana Marins estava em viagem quando sofreu o acidente

Juliana foi localizada por um socorrista voluntário a uma profundidade de cerca de 600 metros, após quatro dias de buscas. A brasileira foi encontrada sem vida, conforme confirmou a equipe de resgate.

Ela estava em viagem de mochilão pela Ásia e fazia a trilha do vulcão acompanhada de outros turistas, com apoio de uma empresa local de turismo. Durante a caminhada, escorregou por uma vala e caiu aproximadamente 300 metros além do ponto em que o grupo se encontrava.

No início das buscas, havia relatos de que a vítima teria sido socorrida, mas a família esclareceu, em comunicado nas redes sociais, que Juliana Marins aguardava resgate desde o acidente e que as operações foram suspensas temporariamente na segunda-feira (23), devido ao mau tempo e à baixa visibilidade.

As equipes de resgate montaram acampamentos em dois pontos estratégicos: um a 400 metros de profundidade e outro a 600 metros. No local, sete socorristas atuam em condições climáticas adversas, o que levou as autoridades a adiar a retirada do corpo para o início da manhã, quando as condições devem melhorar.

Após ser içado, o corpo de Juliana será levado de maca até o posto de Sembalun e, em seguida, transportado por helicóptero ao hospital Bayangkara, onde serão realizados os procedimentos legais.

Quem era a brasileira morta na Indonésia

Natural de Niterói (RJ), Juliana Marins era formada em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuava como publicitária e já havia trabalhado em veículos do Grupo Globo, como Multishow e Canal Off, conforme consta em no perfil do LinkedIn.

Além da carreira em publicidade, Juliana produzia conteúdos de viagens e experiências culturais nas redes sociais, onde somava mais de 20 mil seguidores. Também era dançarina profissional de pole dance e costumava compartilhar registros das apresentações artísticas que fazia.

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