Pai de policial assassinado espera prisão da ex-nora após condenação: “Que ela vá para o xadrez”
Os advogados e familiares do policial militar Cássio Ormond Araújo, assassinado no dia 23 de julho de 2017, comemoraram na noite desta terça-feira (8) o resultado do júri popular. Francielle Carolina Moscaleski, ex-mulher do tenente, foi condenada a 18 anos e 9 meses de prisão pela morte do marido.
“Graças a Deus. Isso está sendo esperado há cinco anos, com oração, com igreja, são muitos pedidos. Toda família agora está vendo que funciona a Justiça”, declarou Wladimir Araújo, pai de Cássio.
Apesar da condenação, Francielle ganhou o direito de recorrer em liberdade. A mulher tem cinco dias para apresentar o recurso. “Eu espero que o próximo passo seja o enquadramento e ela vá para o xadrez. Que ela pague a pena por ter tirado a vida do meu filho”, completou o pai de Cássio.
A defesa de Francielle informou que recorrerá da decisão e espera uma mudança na condenação.
“A Defesa de Francielle Moscaleski, representada pelo advogados Paulo Henrique Gonçalves, Samir Mattar Assad, Werbevan Castro e Ana Laura Paglioza Piaia já interpôs recurso de apelação em face da sentença proferida e está convicta que os tribunais superiores irão restabelecer a justiça pois a decisão é absolutamente contrária às provas do processo. A Defesa tem confiança que a justiça prevalecerá”, informou a equipe de advogados.
Condenação de Francielle
O júri popular de Francielle Moscaleski começou por volta das 9h de segunda-feira (7) e terminou na noite desta terça-feira (8). O julgamento ocorreu cinco anos após a morte do policial militar, que foi encontrado sem vida na residência onde morava com a esposa no bairro Tarumã, em Curitiba. A vítima não resistiu após ser atingida por um tiro.
Durante o processo de investigação, Francielle apresentou pelo menos cinco versões sobre o caso. No primeiro momento, a mulher revelou que o marido teria cometido suicídio. Em outra oportunidade, a esposa contou que foi um tiro acidental. Já em uma terceira versão, a ré assumiu o crime, mas alegou legítima defesa, pois teria sido vítima de uma tentativa de estupro.
Em outra versão, Francielle alegou insanidade mental. Já durante o júri popular, a ré voltou a defender a versão de legítima defesa. “Não foi absolvida, não foi acatada a diminuição de pena e ela foi condenada no limite máximo pela magistrada”, celebrou o advogado Rodrigo Cunha, que representa a família do policial.
Com a decisão dos jurados, o juíz decretou a pena de 18 anos por homicídio e 9 meses por fraude processual. “Gostaria que fosse até mais, porque a perda de um filho não tem pena justa, tem que ser o máximo para que inclusive ela não faça isso com outras pessoas”, declarou o pai do policial.
Em nota, a equipe que representa a defesa comemorou o resultado do júri.
“Ao final dos trabalhos fomos brindados pelo veredicto condenatório da Viúva Negra. Tenente Cássio descanse, você não é estuprador, nunca foi, você foi vítima de uma monstruosidade. Família do Tenente Cássio, agora sim poderão viver seu luto e confiar na justiça (dos homens) porque preconiza às sagradas escrituras que a Vingança, é dele, do senhor. A ré, cumpra sua pena, e na auto reflexão vá em busca do sentimento de um pingo de remorso e arrependimento, sentimentos esses que ontem em seu julgamento, foram ausentes”, diz a nota.