As novas mortes foram registradas nas cidades de Ângulo, Umuarama e São Jorge do Patrocínio
Chega a sete o número de vítimas fatais da dengue no Paraná em 2015. Quatro pessoas morreram da doença somente durante março. Uma média de mais de duas mortes mensais.
Por isso, nesta terça-feira (7), técnicos da Secretaria Estadual da Saúde apresentaram, via videoconferência, o novo protocolo vigente para a utilização da ferramenta nos serviços de saúde do Paraná. O evento contou com a participação de representantes das 22 regionais de saúde, responsáveis pela descentralização dos testes aos municípios.
De acordo com as novas recomendações, o teste é indicado principalmente em situações relacionadas à condição pré-epidêmica do município ou ao caso clínico do paciente.
Segundo a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, o uso do teste rápido é essencial para detectar de forma mais ágil o início da epidemia em um determinado bairro ou até mesmo na cidade. “Desta forma, é possível que o gestor planeje e desenvolva ações de controle do mosquito de maneira focada em regiões com maior perigo”, afirmou.
Além disso, o teste rápido ajuda no diagnóstico diferencial de casos graves. “Se um paciente chega ao serviço de saúde com sinais de alarme, o profissional de saúde deve solicitar o exame para descartar ou confirmar a dengue imediatamente, facilitando a escolha do tratamento mais adequado e diminuindo os riscos de morte”, completou Ivana.
MORTES
Durante a reunião, a Secretaria também informou a ocorrência de mais três mortes por dengue no Estado. Com isso, sobe para sete o número de óbitos causados pela doença desde o início do ano. Até agora, 32 municípios paranaenses estão em situação de epidemia e outros 28 em alerta por conta do aumento no número de casos.
As novas mortes foram registradas nas cidades de Ângulo, na região norte; Umuarama e São Jorge do Patrocínio, no noroeste. A confirmação foi feita pela comissão estadual de mortalidade da dengue após análise laboratorial, clínica e epidemiológica de cada caso, com o apoio dos hospitais, secretarias municipais de saúde e regionais de saúde envolvidas. Os outros óbitos do ano ocorreram em São João do Caiuá, Loanda, Assis Chateaubriand e Marechal Cândido Rondon.
Para a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Themis Buchmann, a dengue é uma preocupação permanente no Paraná, não apenas nos meses de verão. “É preciso que a população e também os profissionais de saúde não esqueçam da dengue agora com a chegada das temperaturas mais frias. Percebemos que o número de casos vem aumentando cada vez mais e não podemos baixar a guarda neste momento”, destacou.
Para ela, os serviços de saúde devem ficar atentos a todo caso considerado suspeito. “A partir de agora, outras doenças com sintomas parecidos à dengue começam a circular com maior intensidade. É importante que aos primeiros sintomas a pessoa procure atendimento de saúde e não tome medicamentos por conta própria, o que pode agravar o quadro”, disse a coordenadora.
APOIO – O Governo do Estado tem apoiado os municípios em epidemia com a liberação de camionetes de UBV pesado (fumacê) para o combate ao mosquito Aedes aegypti. O Estado também enviou uma série de medicamentos e outros componentes necessários para o tratamento dos doentes. Equipes das regionais de saúde estão acompanhando de perto o enfrentamento das epidemias e articulando ações de conscientização junto com a comunidade.
O objetivo é intensificar a eliminação manual de todo objeto ou recipiente que possa acumular água e se tornar um foco de dengue, sobretudo dentro de casas e quintais. Atualmente, metade dos criadouros encontrados pelos agentes de endemias é considerado lixo, como copos descartáveis, garrafas pet, sacolas plásticas, entre outros itens que poderiam ser reciclados.
DADOS – De agosto de 2014 até esta segunda-feira, 5.889 casos de dengue foram confirmados no Paraná, sendo que 12 evoluíram para a forma grave da doença. Segundo o último boletim sobre a situação da dengue no Paraná, os municípios que concentram os maiores números de casos são: São João do Caiuá (561), Loanda (446), Londrina (317)*, Jataizinho (307) e Nova Esperança (218).
“A dengue é preocupação em todo país. Somente o Estado de São Paulo já confirmou mais de 100 mil casos da doença e isso mostra que a vigilância para eliminação de focos do mosquito transmissor devem ser constantes”, alerta Ivana Belmonte.
Nesta segunda-feira (6), a Secretaria da Saúde informou ainda a ocorrência de mais dois casos importados de febre chikungunya no município de Maringá. Os casos dizem respeito a duas meninas que viajaram para o Caribe no início do ano.
Veja a lista dos municípios em epidemia
São João do Caiuá
Itaúna do Sul
Rio Bom
Jataizinho
Santo Antônio do Caiuá
Loanda
Rancho Alegre D’Oeste
Marilândia do Sul
Paranapoema
Cruzmaltina
São Pedro do Paraná
Uraí
Santa Isabel do Ivaí
Nova Esperança
Brasilândia do Sul
Nova Aliança do Ivaí
Borrazópolis
São Manoel do Paraná
Iracema do Oeste
Diamante do Norte
Sertanópolis
Quarto Centenário
Tupãssi
Astorga
Bela Vista do Paraíso
Iporã
Alto Piquiri
Santo Antônio da Platina
Mauá da Serra
Xambrê
São Jorge do Patrocínio
Assis Chateaubriand