Paranaense preso na Tailândia faz primeira ligação para família e pede objeto inusitado
O paranaense Jordi Vilsinski Beffa, natural de Apucarana, no norte do estado, que está preso na Tailândia suspeito de tráfico de drogas, fez a primeira ligação para a família na madrugada desta quinta-feira (5). O jovem conversou durante aproximadamente cinco minutos com a mãe e revelou que está junto com outros latino-americanos detidos no país.
Jordi foi preso no dia 13 de fevereiro, quando desembarcou no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bangkok, na Tailândia com 6,5 quilos de cocaína, no valor de 19,5 milhões de baht, equivalente a R$ 3 milhões. Desde o dia que foi detido, o jovem fez apenas um contato com o Brasil. Por meio de um aplicativo de mensagem, o suspeito conseguiu conversar com um amigo e pediu para que ele cuidasse dos familiares, “qualquer coisa, cuida dos meus aí, tá bom”.
Ligação para a família
Por volta das 4h desta quinta-feira (5), o jovem Jordi fez a primeira ligação para a mãe. Em uma conversa carregada de emoção, o rapaz informou que, na medida do possível, está sendo bem tratado pelas autoridades tailandesas, porém gostaria que a família encaminhasse alguns objetos.
“Nesta chamada que durou 5 minutos, a mãe nos relatou que foi bastante emocionante. O Jordi pediu algumas coisas, entre elas uma bíblia e alguns textos que ele gostaria de ler lá. Informou também que há possibilidade dele ser ouvido pelas autoridades tailandesas pela primeira vez na semana que vem”,
contou o advogado Petrônio Cardoso.
O advogado também informou que entende que, neste momento, o direito do contato por telefone fosse reservado para a família.
“Entendemos, até por conta do tempo, quase 60 dias, que esta chamada fosse feita somente entre ele e a família, reservando um momento deles, até por ser a semana do dia das mães”,
completou Cardoso.
Jordi também contou para a mãe que está preso junto com o outro brasileiro envolvido no mesmo caso. Além deles, outros latino-americanos dividem a cela. O rapaz ainda comentou que o tratamento está sendo adequado e faz todas as refeições diariamente.
Expectativa de julgamento no Brasil
O advogado de Jordi também comentou sobre a operação da Polícia Federal (PF), que prendeu na manhã desta quinta-feira (5) a mulher suspeita de aliciar brasileiros presos na Tailândia. O representante declarou que já solicitou acesso ao inquérito junto a PF com objetivo de trazer o caso para o Brasil.
“Tentar de fato a extradição do Jordi para o Brasil, para que aqui ele possa responder, na medida da sua participação, pelos crimes que deram início no Brasil. A droga partiu do Brasil, nós sempre defendemos essa ideia, que ele deveria ser processado, julgado e, eventualmente, condenado, na medida da sua participação, aqui pelas autoridades brasileiras. Esta é nossa luta”,
comentou Cardoso.
Além de Jordi, outros dois brasileiros estão presos na Tailândia. Mary Hellen Coelho Silva, de 21 anos, moradora de Pouso Alegre (MG), e um homem, de 27 anos, que não teve o nome e a origem divulgados, seguem detidos no país asiático. Com eles a polícia tailandesa encontrou 15,5 quilos de entorpecentes.
O crime de tráfico de drogas, na Tailândia, pode ser punido com pena de morte.