O Ministério do Trabalho (MT) embargou uma parte da obra do Viaduto Estaiado, na Avenida das Torres, em Curitiba. A decisão foi tomada depois que uma inspeção no local constatou risco de acidentes graves para os trabalhadores. De acordo com o MT, parte da colocação de tubos e das escavações, assim como os serviços que utilizam andaimes nas laterais da obra, devem ser interrompidas até que as situações de risco sejam regularizadas. Segundo o Ministério, a inspeção foi feita por solicitação de alguém ou de alguma entidade que não pode ter a identidade revelada.
O consórcio CR Almeida/ J. Malucelli, responsável pela construção, afirma que todas as exigências estão sendo resolvidas e que a paralisação imposta pelo MT não vai alterar p cronograma de entrega do Viaduto. A previsão é que a obra seja inaugurada no fim deste mês, no aniversário da capital.
O chefe da Seção de Inspeção de Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná, Elias Martins, avalia que as modificações necessárias para tornar a obra segura são de fácil solução. “São problemas pequenos e pontuais, mas que podem trazer consequências graves em caso de acidente. Nos casos constatados, geralmente as pessoas morrem por soterramento”, alerta.
O relatório da inspeção do MT aponta que os andaimes foram montados por trabalhadores sem qualificação. Esse equipamento, ainda segundo o relatório, não tinha esquema de travamento por desencaixe acidental e apresentava pontos de forração incompletos, onde um trabalhador poderia “pisar no vazio” e ter uma queda grave. Além disso, os andaimes não tinham cabo de segurança independente, que serviriam para segurar os trabalhadores, caso a estrutura principal viesse abaixo.
Os auditores concluíram ainda que a incidência de chuvas trazia risco de desmoronamento de um talude (acúmulo de terra de escavação), além de haver no local um poço fundo e sem sinalização, que também foi embargado por apresentar grande risco de soterramento.
O consórcio CR Almeida/ J. Malucelli afirmou que uma nova vistoria deveria ser feita nesta sexta-feira (14). No entanto, até o final da tarde, o MT disse que ainda não havia recebido o requerimento de nova fiscalização, que dever ser apresentado com até 24 horas de antecedência.