Líder da organização é da Região Metropolitana de Curitiba e já está detido. No total, foram expedidos 12 mandados de prisão temporária
Uma operação –batizada de “Hashtag” e deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (21) – investiga possível participação de brasileiros em organização criminosa de alcance internacional, como uma célula do Estado Islâmico no país. As investigações que deram início à operação tiveram início no Paraná, devido à suspeita de que uma pessoa do município de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), fosse integrante da organização. Esta pessoa é apontada como líder do grupo e já foi detida.
No total, foram expedidos 12 mandados de prisão temporária por 30 dias, duas conduções coercitivas e 20 buscas e apreensões nos estados do Paraná, Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Os nomes dos presos, atualmente sob custódia da Polícia Federal, não serão divulgados. O processo tramita em segredo de Justiça.
Investigações
As investigações tiveram início em abril com o acompanhamento de redes sociais pela Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal – DAT. Os envolvidos participavam de um grupo virtual denominado Defensores da Sharia e planejavam adquirir armamentos para cometer crimes no Brasil e até mesmo no exterior.
A operação ocorre a quinze dias dos Jogos Olímpicos, quando o Brasil receberá federações de atletas de todo o mundo, incluindo países que foram alvos de ataques recentes do grupo. Os mandados foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, onde morava o líder do grupo. O processo corre em sigilo.
Segundo o ministro da Justiça Alexandre de Morais, integrantes do grupo brasileiro que defendia uso de arma de táticas de guerrilha chegaram a entrar em contato com o Estado Islâmico na internet e também a tentar comprar um rifle AK-47 no Paraguai. Além disso, as investigações identificaram que eles buscaram treinamento em artes marciais e de tiro.
Estes atos – tentativa de comprar arma, contato com o Estado Islâmico e tentativa de treinar artes marciais e tiros – motivaram os pedidos de prisão. Um dos alvos da operação chegou a cumprir seis anos por homicídio, segundo Alexandre de Moraes.
A PF identificou que os integrantes do fizeram um juramento na internet pelo Estado Islâmico, prática adotada pelo grupo terrorista para conseguir seguidores. Não foi identificado, porém, qual seria o alvo do grupo brasileiro.
Os investigados responderão individualmente, na medida de suas participações, pelos crimes de promoção de organização terrorista e realização de atos preparatórios de terrorismo, ambos previstos na Lei 13.260/2016. A pena para o primeiro crime é de cinco a oito anos de prisão, além do pagamento de multa. Para quem executa atos preparatórios, a pena varia de três a 15 anos de prisão.