O policial militar foi ouvido na Delegacia da Mulher nesta quarta. (Foto: Reprodução/RICTV)

O policial militar já estava preso suspeito pelo estupro de outras três mulheres

Nesta quarta-feira (1º), um policial militar foi indiciado pelo desaparecimento da jovem Renata Larissa, de 22 anos, vista pela última vez no dia 27 de maio de 2018, disse o advogado de defesa Eduardo Miléo. Peterson Mota Cordeiro, de 30 anos, também é suspeito de estuprar três mulheres que conheceu por um aplicativo de namoro. Ele está preso desde o dia 20 de julho. 

De acordo com o advogado, ele é responsável pela defesa do PM sobre os três estupros, mas o caso do desaparecimento de Renata só chegou ao seu conhecimento na tarde desta quarta quando Peterson foi chamado para depor na Delegacia da Mulher de Curitiba

Larissa está desaparecida há dois meses, mas um corpo encontrado na manhã desta quarta-feira (1º) em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em avançado estado de decomposição pode se tratar da jovem. O Instituto Médico Legal (IML) recolheu o corpo que deverá passar por exames que confirmem sua identidade.

Desaparecimento de Renata Larissa

Na noite do desaparecimento, segundo familiares, ela estava na sala de casa – em Colombo, também na região metropolitana da capital – enquanto conversava por aplicativo com alguém quando teria dito “Não precisa entrar. Eu já estou saindo”. Foi então que ela saiu de casa dizendo que ia até a farmácia, embarcou em um veículo, que não pôde ser identificado, e desapareceu.

Em entrevista concedida à RICTV Curitiba|Record PR, Jociléia da Costa, irmã mais velha da jovem, afirma que o GPS do celular mostrou que Renata chegou a ir até uma farmácia e ficar cerca de duas horas no local. Na sequência, teria transitado pela Estrada da Ribeira, ido sentido a sua casa, depois mudado de direção e seguido no sentido do Zoológico de Curitiba, que fica no bairro Alto Boqueirão. “No zoológico ela permaneceu por um bom tempo. Depois saiu de lá e segui para a BR-116. Um pouco antes do pedágio, ela fez o retorno e nessa volta que acaba o sinal”, conta.  

Na madrugada de 28 de maio, aproximadamente à 1h, a mãe de Renata recebeu algumas mensagens suspeitas, via aplicativo de celular, o que fez com que a preocupação dos familiares aumentasse ainda mais. “Não tinha palavra, nada que desse para você entender o que estava escrito. Era um monte de letras sem formar palavras nenhuma”, conta Jociléia. “É como se alguém tentasse escrever alguma coisa muito rápido e não conseguiu”.

Renata desapareceu no dia 27 de maio. (Foto: Reprodução/Facebook)

 

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Estupros pelos aplicativos de namoro

Peterson teve a prisão temporária decretada na sexta-feira (20) e permanece preso no quartel da corporação. De acordo com as investigações da Delegacia da Mulher de Curitiba, ele marcava encontro com as mulheres através do aplicativo para então realizar os abusos sexuais. Pelo menos três vítimas do policial já foram confirmadas.  

Um das vítimas, de 27 anos, contou que o estupro aconteceu dentro do veículo do suspeito e que ele fazia questão de informar que trabalhava na corporação policial. Segundo o Boletim de Ocorrência, o PM forçou a mulher a dizer – por diversas vezes – que “estava sendo estuprada” e abusou dela no mínimo duas vezes.

Antes de deixá-la na rua, ele pegou o celular da jovem e apagou todas as mensagens trocadas entre os dois pelo aplicativo. Seu erro, no entanto, foi esquecer de excluir as ligações, o que foi usado pela polícia como prova.  

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