Começa nesta quarta-feira (11), a audiência de instrução e julgamento dos dois policiais militares acusados de matar o jovem Ruhan Luiz dos Santos Machado em 22 de outubro de 2018, no bairro Cajuru, em Curitiba. Ruhan foi assassinado na casa do primo, durante um suposto confronto com a Polícia Militar, que o Ministério Público do Paraná (MPPR) afirma que não aconteceu.
Durante as investigações, a PM pediu o arquivamento do caso, mas o MPPR conseguiu uma imagem feita dentro da residência onde a situação aconteceu, que indicava que a cena do crime havia sido alterada. Eliezer Fernando Ferreira de Ramos e Thyago Rolão dos Santos teriam colocado uma arma no local para indicar que o jovem apresentava perigo e teria trocado tiros com os policiais, de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
“Os laudos já mostraram que foi uma execução, eles executaram o meu filho. Eles não deram a mínima chance de ele se identificar, eles nem perguntaram se ele tinha uma passagem pela polícia, qual era o nome dele, eles nem sabiam quem eles estavam matando. Eles só queriam dar uma resposta. Eles foram assassinos, eles foram covardes, eles simularam as coisas depois para poder ainda culpar o meu filho por uma culpa que era só deles.”
No entanto, a arma encontrada no local estava registrada no nome de uma pessoa falecida e com alerta de roubo, mas com nenhum boletim de ocorrência. A denúncia do MPPR afirma que isso teria sido feito para tentar enganar a perícia. O MPPR defende que Ruhan foi abordado pelos policiais, que deram primeiro um tiro na perna do jovem e, logo depois, o acertaram com mais sete disparos.
Suzete, mãe de Ruhan, afirmou que o assassinato do filho aconteceu no mesmo dia que o filho de um policial foi morto na região. Ela acredita que tudo tenha sido uma retaliação.
“Mataram o filho de um policial no bairro no mesmo dia, acusado de estupro. E a comunidade acabou pegando esse menino, não sei quem, mas as pessoas pegaram e lincharam ele. E a polícia entrou na comunidade para se vingar. Infelizmente o Leonardo e outro menino que estava na frente da casa, a hora que viram o carro da polícia, se assustaram e correram para dentro. E eles já entraram atirando. Acertaram o meu filho”.
contou Suzete.