Polícia acredita que jovem encontrado no lago da Pedreira morreu por acidente
A Polícia Civil investiga a morte do jovem universitário Phelipe Francisco Lourenço, encontrado caído em um lago após um show na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. A suspeita da delegada Tathiana Guzella, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), é de que a situação tenha sido um acidente, conforme coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (15). A princípio, a causa da morte do jovem pode ter sido por afogamento, segundo os primeiros exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML). No entanto, só será possível confirmar a situação após o término das investigações.
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Segundo a delegada, até o momento, não há indícios de que se trata de um homicídio, mas as apurações policiais ainda estão em fase inicial.
“Nesse primeiro momento, nós ainda não temos indícios de que trata de um homicídio. Porém, os técnicos peritos do Instituto de Criminalística estão agora no local, os investigadores de polícia estão agora na Pedreira, nós estamos ainda verificando os blocos das imagens filmadas, as imagens têm boa qualidade, têm muitos detalhes a serem analisados, têm muito tempo de filmagem, várias horas a serem analisadas, tem ainda o pessoal da ambulância que estava presente no evento e realizou outros atendimento, então essas pessoas também serão analisadas no sentido de que havia no local uma ambulância durante o show. Têm muitas informações a serem colhidas, essa é a análise prévia”,
explicou Tathiana.
A Polícia Civil está ouvindo os organizadores do evento, familiares da vítima, socorristas, seguranças e peritos de imagem. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para tentar entender como a situação aconteceu. Segundo a polícia, Lourenço entrou em uma área restrita para o público do evento e teve que pular um muro para ter acesso ao lago onde foi encontrado caído.
Veja o vídeo do momento em que o jovem corre para a área controlada:
Ainda segundo a delegada Thatiana, o médico legista adiantou para a polícia, informalmente, que os ferimentos encontrados em seu joelho podem ter sido causados no momento em que o jovem pulou o muro. Sobre as marcas nos braços, podem ter acontecido no momento do socorro.
“Esta prévia, ainda em conversa informa com o próprio médico, pois isso é uma informação importante pra gente, nós temos como causa morte afogamento. E não temos lesões que tenham chamado a atenção que possam ter causado e contribuído para a morte”,
explicou a delegada.
“Nós temos aí que já tinha fechado o evento, as pessoas já tinham se retirado, ele retorna – com a ajuda acredito de um amigo – pula uma cerca alta, sem ninguém estar perseguindo ele. E sai correndo. Ele vai para um local, ele tropeça, caí, inclusive quando ele pula a cerca ele tropeça, caí, levanta, dá uma volta, retorna, caí novamente. Inclusive os seguranças pedem para que ele saia e ele retorna e aí sim ele sobe para o local da região do lago. O importante é frisar que a equipe de investigação está lá agora e nós solicitamos que eles façam o trajeto que não aparece na filmagem”, disse a delegada.
“É um trajeto que tem uma barragem antes de haver um penhasco que, lá embaixo, está o lago. Então nós não descartamos a hipótese de ele ter caído acidentalmente ali. Nós verificamos que não existem lâmpadas do lado de lá, então à noite é escuro”,
descreveu a delegada.
A família de Lourenço questiona uma marca que o jovem tinha no pescoço, que remetia a um ferimento por esganadura. De acordo com o advogado Nilton Ribeiro, que representa a família de Lourenço, a família quer “saber os pormenores”.
“Essas manchas no pescoço, o que seriam essas manchas, o que causaram essas manchas. Geralmente o laudo demora em torno de 30 dias, a doutora Thatiana já entrou em contato com o médico legista e pediu que ele adiantasse isso. Segundo ela, me parece que em torno de 10 dias esse laudo vai estar pronto. E vai esclarecer muita coisa”,
argumentou Ribeiro.
Uma irmã do jovem afirmou que o corpo possuía marcas de dedos nos braços e no pescoço e que Lourenço não costumava se envolver em brigas. “Ele nasceu evoluído já, ele era uma pessoa amorosa, ele não brigava com ninguém, ele queria sempre a paz entre as pessoas, ele queria unir as pessoas, ele abraçava a minha mãe o tempo inteiro, ele falava ‘eu te amo’ o tempo inteiro, ele era assim, amoroso, carinhoso, simpático”, desabafou ela.