Um policial militar foi preso junto com a esposa e a irmã, além de uma funcionária que trabalhava para uma empresa do casal.
A Polícia Civil desmontou na manhã desta segunda-feira (09) uma quadrilha suspeita de fraudar o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais (DPVAT). Os suspeitos se associavam para cometer crimes de estelionato, falsificação de documentos e crime contra a relação de consumo. A operação, batizada de “Operação Fraus” (fraude em latim), contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Paraná.
Quatro pessoas foram presas, entre elas um policial militar, de 44 anos, junto com a esposa e a irmã, além de uma funcionária de uma empresa que estava em nome da mulher do PM e que foi fechada pela polícia. O grupo já era investigado pelo 7º Distrito Policial (DP) há cinco meses.
Os mandados foram cumpridos na empresa citada e também nas residências de cada envolvido. O casal e a irmã foram presos no bairro Sitio Cercado, em Curitiba. Já a funcionária, no município de Araucária. Durante a operação, os investigadores apreenderam documentos e computadores utilizados para a praticar os crimes.
Segundo o delegado Matheus Laiola, titular do 7º DP, a delegacia tinha registrados diversos procedimentos investigatórios envolvendo a o golpe do seguro DPVAT e a mesma empresa. “O modo de conduzir o golpe na empresa era quase sempre o mesmo. Prestavam assistência a vítima logo na saída do hospital e falsificavam o procedimento de sinistro do seguro para ficar com grande parte do dinheiro”, afirmou Laiola.
Para garantir o pagamento do seguro às vítimas, a quadrilha fraudava boletins de ocorrência e documentos médicos, com informações obtidas por funcionários do hospital e pela polícia. A quadrilha cobrava de 20% à 30% para efetuar a assessoria. O valor total de cada indenização pode variar de R$ 2.700 (caso de despesas médicas) à R$ 13.500 (casos de invalidez ou morte).
O delegado lembra ainda que, “além dos suspeitos abordarem as vítimas na saída do hospital, eles ofereciam os serviços também por telefone. Os suspeitos davam toda assistência para as vitimas, para que eles não desconfiassem de nada. Porém tudo não passava de uma fraude”, completa o delegado.
Em alguns casos, segundo a polícia, o acidentado não precisava nem fazer avaliação médica, e quando era necessário passar pelo procedimento, era orientado a reclamar de dor ou dizer que estava com dificuldades para se locomover. A investigação apontou também que os laudos médicos eram emitidos sem a presença da vítima.
Os envolvidos irão responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade documental e crime contra a relação de consumo. Se condenados, as penas podem chegar a até 18 anos de prisão. As investigações continuam, segundo a Polícia, para estabelecer a participação de outras pessoas envolvidas no esquema.