Curitiba - Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) encontraram quase R$ 40 mil em espécie na casa do comentarista esportivo Fernando Gomes, preso nesta quinta-feira (9) na operação “Fake Care”, que investiga supostos desvios de dinheiro público.

Segundo o boletim de ocorrência, que o portal Ric teve acesso, os policiais chegaram no apartamento do investigado por volta das 6h.
O comentarista informou aos policiais da existência de “aproximadamente R$ 40 mil” na residência, conforme consta no documento oficial. Após buscas pelo local, os agentes encontraram R$ 37.650 em espécie, dividos em alguns cômodos da casa, como baú da cama do quarto do casal e armário do banheiro, além de uma necessaire, conforme consta no BO.
Na sequência, Fernando Gomes foi preso e encaminhado para a Cadeia Pública de Curitiba. Além de comentarista, o investigado ocupava o cargo de assessor parlamentar comissionado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), com salário bruto de R$ 22.293,87, até setembro.
Defesa de Fernando Gomes ressalta presunção de inocência
A defesa do comentarista esportivo ressaltou em nota, que Fernando Gomes é um “profissional amplamente reconhecido por sua trajetória no jornalismo e na crônica esportiva” e que ele “sempre pautou sua vida pela ética, pelo respeito e pela dedicação à comunicação. Sua história é marcada por décadas de trabalho sério, pela contribuição ao debate esportivo nacional e pelo carinho que conquistou de colegas, leitores e ouvintes em todo o país”.
“Diante dos recentes acontecimentos, reiteramos que Fernando Gomes goza da presunção de inocência, princípio fundamental consagrado na Constituição Federal, segundo o qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. A defesa acompanha atentamente o caso e confia que todos os fatos serão devidamente esclarecidos dentro da legalidade e do mais absoluto respeito à Justiça“, diz a nota assinada pelo advogado Rafael Guedes de Castro, que faz a defesa do comentarista.
Operação Fake Care
A operação deflagrada na manhã desta quinta-feira visa desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública na área da Saúde de Fazenda Rio Grande. Entre as investigações estão a suspeita de corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro, por servidores públicos e particulares.
Além de Fernando Gomes, também foram presos o prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes (PSD), um servidor licenciado do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) e outro sócio de Fernando Gomes.
A investigação aponta que a organização criminosa atuava por meio de um modelo de contratação direcionada de empresa que fornecia serviços de testagem domiciliar (testes rápidos) e levantamento estatístico, valendo-se dessa manobra para desviar recursos públicos com a participação de servidores públicos do alto escalão mediante o pagamento de propina. O prejuízo total ao erário fazendense apurado até o momento ultrapassa R$ 10 milhões.
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Em nota, a Prefeitura de Fazenda Rio Grande afirmou que “está acompanhando o andamento do procedimento na manhã de hoje envolvendo a empresa contratada. Todas as informações e documentos solicitados pelas autoridades competentes foram prontamente fornecidos”.
A administração municipal permanece colaborando integralmente com as investigações e reforça seu compromisso com a transparência e o respeito à legalidade, como sempre pautou suas ações. As atividades da Prefeitura seguem normalmente, garantindo a continuidade dos serviços públicos essenciais à população”.
O partido de Marco Marcondes, o PSD, informou em nota que vai esperar ter mais informações para se manifestar: “O PSD vai esperar informações sobre a prisão para se manifestar a partir de dados concretos. A operação está em sigilo judicial. O partido acompanhará o caso e analisará as medidas estatutárias cabíveis, respeitando a presunção de inocência e o devido processo legal”.
Já o Tribunal de Contas do Estado do Paraná confirmou que um dos alvos da operação é servidor do órgão, mas que estava afastado das funções desde o início deste ano, em licença não remunerada.
“O TCE-PR vai colaborar plenamente com as ações do Ministério Público para que o episódio seja totalmente esclarecido; concluída a investigação, o caso será remetido à Corregedoria-Geral do TCE-PR, para que sejam tomadas todas as providências legais que o caso requeira”, informou o TCE-PR em nota.
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