Curitiba - A delegada Vanessa Cristina, titular da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), indiciou Douglas Romanoviski pelos crimes de duplo latrocínio e ocultação de cadáver. O acusado de roubar e matar Maria Auxiliadora, 78 anos, e o filho dela, Fábio de Souza, segue preso preventivamente.

Delegada Vanessa Cristina traz em seu relatório provas como transferências bancárias e apropriação de bens das vítimas
Douglas está preso preventivamente desde o dia 22 de agosto (Foto: Reprodução)

De acordo com fontes da coluna, no documento a delegada afirma que Douglas se apropriou do apartamento de Fábio de Souza e mentiu ao dizer que havia comprado o imóvel de maneira informal. A polícia aponta ainda que Douglas se apossou do carro de uso pessoal de Fábio, um Gol, também apreendido. O acusado declarou ter adquirido o veículo igualmente de forma informal.

O documento cita ainda o depoimento do pai de Douglas, que afirmou que o filho não teria condições financeiras de comprar o apartamento, além de mencionar que o carro havia sido emprestado por Fábio.

No indiciamento, a delegada se baseia também no cruzamento de dados de GPS, radares de trânsito e imagens de câmeras de segurança para colocar Douglas em Antonina, no mesmo horário em que mensagens eram enviadas do celular de Maria Auxiliadora para sua família.

Além disso, pesaram contra Douglas transferências bancárias feitas da conta de Maria Auxiliadora — mais de R$ 40 mil — para contas do acusado e do filho dele. A polícia descobriu ainda que Douglas tentou receber valores de clientes de Fábio, referentes a pagamentos de negócios mantidos por ele na cidade.

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Outro detalhe importante é que a delegada, apesar de indiciar Douglas, pediu a prorrogação do prazo das investigações. Vanessa Cristina, responsável por desvendar a trama, tenta conectar outros indícios que levem à autoria de Douglas e, possivelmente, de mais uma pessoa. Ela também está focada na questão da ocultação dos corpos, que talvez seja, neste momento, o ponto mais desafiador do seu trabalho, até agora conduzido de forma cirúrgica e extremamente técnica.

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Linha do tempo revela novo mistério a ser resolvido

O lapso temporal entre o desaparecimento de Fábio e Maria Auxiliadora e a data em que se acredita que eles possam ter sido mortos levanta uma questão perturbadora. Se o desaparecimento ocorreu em 24 de junho e os corpos foram escondidos em algum lugar entre a Serra da Graciosa e o município de Antonina em 16 de julho, o que Douglas fez com mãe e filho durante quatro semanas? Eles estavam vivos ou mortos? Foram 22 dias entre o sumiço e a ocultação dos corpos. O que Douglas fez com Fábio e Maria Auxiliadora ao longo desses 22 dias? Se de fato ele os matou, como acredita a polícia, em que momento isso aconteceu?

Essa é a grande equação que a delegada Vanessa Cristina trabalha para resolver e, segundo informações obtidas por esta coluna, ela está muito próxima de chegar à verdade. É questão de tempo até que feche o caso e revele o que realmente aconteceu por trás da história de Douglas.

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jornalista pedro neto posando para foto, de camisa preta e com o fundo branco
Pedro Neto

Colunista

Pedro Neto é curitibano, jornalista investigativo e especialista em gestão de crises. Com mais de 20 anos de estrada, acompanha de perto os bastidores dos casos criminais que mais repercutem no Paraná e no Brasil.

Pedro Neto é curitibano, jornalista investigativo e especialista em gestão de crises. Com mais de 20 anos de estrada, acompanha de perto os bastidores dos casos criminais que mais repercutem no Paraná e no Brasil.