
Em depoimento, acusada contou todos os detalhes do crime e disse que agiu sozinha
A Polícia Civil acredita que Ellen Homiak matou sozinha o próprio marido, o PM Rodrigo Federizzi, que foi executado e teve o corpo esquartejado pela esposa. O crime aconteceu no dia 28 de julho. Detalhes das investigações foram repassados durante entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (18). De acordo com os policiais, são analisadas outras linhas de investigação, diferente do que foi relatado pela suspeita. Ela afirma que agiu sozinha e que não teve nenhum tipo de ajuda para ocultar o corpo. A polícia, porém, investiga se Ellen teve ajuda de alguém para arquitetar a execução do PM.
Os detalhes do crime
Em depoimento, Ellen afirmou que matou o marido após uma discussão, depois que ele teria ameaçado interna-la em uma clínica psiquiátrica e fugir com o filho, uma criança de nove anos. Nesse momento, segundo Ellen, ela teria apanhado a arma do marido que estava na cabeceira da cama e efetuado um único disparo na cabeça da vítima.
Depois da execução, a mulher teria coberto o corpo e saído do apartamento durante a tarde. Sem saber o que fazer com o cadáver, ela foi até uma loja de ferragens e comprou uma pá. Imagens das câmeras de segurança mostram o momento em que Ellen chega ao local. Em seguida ela voltou para casa, deixou o corpo em um quarto fechado e foi jantar na casa de uma vizinha. Nesse momento ela teria criado a história do falso sumiço do marido.
Foi durante a madrugada, ao voltar para casa, que Ellen teve a ideia de serrar as penas do companheiro. Segundo ela, tudo foi feito com uma faca de caça, que estava na cozinha. Ao chegar ao osso, ela teria utilizado uma serra para terminar de esquartejar o corpo.
Depois de ensacar o cadáver, ela colocou as pernas e o tronco em uma mala, jogou no carro e foi até Araucária, já na tarde do dia 29 de julho, onde enterrou o corpo. Ao retornar para casa, ela iniciou a limpeza do imóvel. A arma do crime, segundo Ellen, teria sido jogada na Represa do Passaúna, em Araucária.
Arrependimento
Em depoimento, Ellen Homiak chorou bastante e disse estar arrependida do crime. Segundo ela, tirando o fato da discussão com o marido, que teria motivado o crime, não havia motivos para a execução da vítima. Ela mesma afirmou que não tinha raiva do companheiro e que ele não merecia morrer dessa maneira.
Motivação financeira
O apartamento onde Ellen e Rodrigo moravam, em um condomínio no bairro Tatuquara, estava com as parcelas e as taxas de condomínio atrasados há dois anos e tinha um mandado de reintegração de posse expedido. A dívida era de aproximadamente R$ 7 mil. Outra questão que intriga a polícia foi o sumiço de uma grande quantia em dinheiro da conta do casal, um valor de cerca de R$ 50 mil. Quem gerenciava toda a vida financeira do casal era Ellen Homiak. A polícia investiga se a questão envolvendo esse valor teria, de fato, motivado o crime. Inicialmente, Ellen afirmou que o dinheiro teria sido levado após um assalto. Segundo a polícia esse roubo nunca acontece. A conclusão do inquérito deve ocorrer até o prazo de 21 dias. Ela permanece presa no 12º Distrito Policial.