
Os dois jovens de 19 foram detidos horas depois da confissão da neta; Yasmin ofereceu R$ 4 mil para que um deles matasse sua a avó
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (30) dois suspeitos pela execução de Laurinda Aparecida Mesquita da Silva, de 67 anos, morta no dia 31 de julho de 2018 no bairro Tatuquara, em Curitiba. Alison Matheus Pereira Witkovski e Jefferson Willian de Oliveira, ambos de 19 anos, tiveram seus respectivos mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça horas depois da principal suspeita, Yasmin Vitória da Silva Souza, de 18 anos, confessar que mandou matar a própria avó estrangulada.
O caso é investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) porque inicialmente se suspeitava de latrocínio, no entanto, com o progresso das investigações, os indícios apontaram para a neta da vítima. “Após a prisão da Yasmin e da sua confissão, ela nos passou elementos de dois indivíduos que teriam participação criminosa. Um teria indicado o homicida para praticar o fato”, conta o delegado-adjunto da DFR, Emmanoel Aschidamini David.
De acordo com a polícia, Yasmin estava usando o cartão bancário que a idosa utilizava para sacar o dinheiro da aposentadoria, o que fez com que a linha de investigação se voltasse contra ela. Uma corrente levada da vítima também foi encontrada na bolsa de Yasmin pela própria família e o cartão de crédito de Laurinda havia sido usado pela neta para fazer compras.
Prisão dos suspeitos pela morte idosa
Ambos foram detidos no bairro Tatuquara e não esboçaram reação durante a abordagem. Para a polícia, o que chamou mais atenção foi a crueldade com que eles falaram sobre o assassinato. “Eles são extremamente cruéis, frios, calculistas e contam com detalhes toda a prática criminosa e não mostram remorso nenhum”, relata o delegado.
Alison é ex-namorado da jovem e teria auxiliado na hora de encontrar alguém para cometer o homicídio. Na ocasião, ele teria indicado seu amigo Jefferson e cedido a própria casa para que Yasmin se encontrasse com ele para combinar o crime.
Depoimentos
Em depoimento, Alison afirmou que sabia apenas que o garota queria matar a avó, mas que não manteve contato com os dois após a reunião na sua casa. “Ela me mandou mensagem no WhatsApp sobre isso, umas duas ou três vezes, ela me comentou que não gostava da vó dela. Aí, eu falei que sabia de alguém, que eu conhecia um cara. […] Eu sabia só que ela estava querendo matar a avó dela, mas sobre o que ela fez ou não, não sabia”, disse.
À polícia, Jefferson confessou o assassinato e informou que aceitou o ‘trabalho’ porque estava precisando de dinheiro. O suspeito também informou que ao entrar na casa, surpreendeu a vítima. “Eu vou falar a verdade, eu matei ela mesmo. […] Ela estava sentada fazendo tricô no sofá e caiu no chão”, disse ele enquanto explicava ao delegado que ainda pisou nas costas da idosa e puxou o pescoço dela para trás. No entanto, o mais chocante é a resposta dada ao policial quando foi indagado se estava arrependido. Segundo ele, um pouco apenas porque não recebeu o pagamento combinado. “Um pouco, né. Não deveria ter feito para não ter ganhado nada”, disse.
Neta manda assassinar a avó

Durante o depoimento, a neta afirmou que sentia raiva da avó porque seus dois irmãos foram mortos e ela culpa a sexagenária. Também existe a suspeita de motivação financeira para o crime, já que o cartão de aposentadoria de Laurinda estava com a neta.
Yamin vivia na residência da idosa há pouco tempo, cerca de um mês, pois havia sido expulsa da casa dos pais porque usava drogas. Na noite da execução, ela saiu do local para que o criminoso pudesse entrar e tirar a vida da vítima sem testemunhas.
Conforme confissão dos três suspeitos, dias antes Yamin confeccionou um mapa da residência para que o assassino soubesse por onde entrar e também deixou um par de luvas na caixa de correio para que Jefferson não deixasse marcas digitais pelo local. O combinado era simular um latrocínio, por isso, foram levadas as joias da mulher. O assassino foi contratado por R$ 4 mil.
“Em seu interrogatório ela foi fria dizendo detalhes do fato. Ainda falou que pediu para que o executor não machucasse sua avó e que a morte fosse rápida”, conta o delegado. “Eu não queria que minha vó ficasse sofrendo, que deixasse ela marcada, não queria que minha vó ficasse sofrendo. Eu queria que ela ficasse bonitinha, não ficasse feia”, é um dos trechos do testemunho da garota.
Nenhum dos suspeitos tinha antecedentes criminais. Todos deverão responder pelo crime de homicídio qualificado. Eles permanecem custodiados pela Polícia Civil à disposição da Justiça. Se condenados, poderão pegar até 30 anos de reclusão.
No Facebook
Na sua rede social, Yasmin chegou a publicar uma mensagem de luto pela morte de avó.


Assista à reportagem completa:
O repórter Lúcio André contou todos os detalhes sobre o crime.