
Vítima passou mais de 15 anos vivendo em situação degradante, sem salários e sofrendo violência física e psicológica
Um casal foi preso na quinta-feira (6), suspeitos de manter uma mulher de 35 anos como escrava em Ipiranga, na região dos Campos Gerais do Paraná. De acordo com o delegado Guilherme Luiz Dias, a vítima recebia salário nenhum há mais de 15 anos.
Segundo informações da Polícia, a mulher foi contratada pelo casal como empregada doméstica há 17 anos. Nos dois primeiros anos, ela recebia pelo trabalho e morava na casa dos patrões. Porém, ela afirmou aos policiais que passou a sofrer agressões físicas e psicológicas nos anos seguintes e foi proibida de fazer contato com a família e até de sair de casa sozinha.
Em 2011, de acordo com a polícia, a mulher queria ir embora, mas os patrões teriam feito um acordo com a vítima e a convenceram a trabalhar como manicure em um salão de beleza anexo à casa da família. No começo, a mulher recebia pouco e os pagamentos não eram regulares. No entanto, em pouco tempo, ela passou a ser submetida à mesma condição de escravidão e violência.
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De acordo com a polícia, ela era obrigada a fazer a limpeza do salão e a pagar um aluguel de R$ 200 reais pelo uso da cadeira de manicure, mesmo quando não fazia atendimentos. Alguns clientes, que sempre a viam com hematomas, denunciaram o caso à polícia.
Na casa da família, a polícia ainda constatou que a vítima vivia em condições precárias. “Ela dormia em um pequeno depósito, em um sofá improvisado, e não tinha lugar para guardar seus pertences. Além disso era submetida a jornada de trabalho exaustiva e não remunerada, e a violência doméstica”, disse o delegado.
O casal, um homem de 55 anos e uma mulher de 60, devem responder por submeter ser humano a situação análoga a trabalho escravo. A pena pode variar de três meses a três anos de reclusão. Se a lesão corporal for considerada grave, a pena pode ser aumentada para até oito anos de prisão.
A família da mulher foi avisada e ela vai voltar a viver com ela.