Policiais federais fazem novas manifestações em todo o país pedindo melhores condições de trabalho e de salários, além da modernização dos inquéritos. No Rio de Janeiro, que tem a terceira maior unidade da Polícia Federal (PF), a manifestação foi no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão – Antonio Carlos Jobim.
Em Curitiba, o Presidente do Sindicato dos Policiais Federal do Estado do Paraná (Sinpef-PR), Fernando Vicentine, deu início a quarta mobilização para demonstrar a insatisfação dos Policiais Federais com o congelamento dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas. O ato aconteceu na manhã desta quinta-feira, na sede da entidade no bairro Santa Cândida, e era uma chamada para que todos os colegas incorporem o grupo em defesa dos interesse da classe policial.
Um grupo de Policiais Federais embarcou num ônibus com destino ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, segundo o Sinpef-PR, a intenção era “conscientizar a população sobre a real situação em que vive a Polícia Federal neste momento”.
A vulnerabilidade dos aeroportos, a desvalorização dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas por parte do governo Dilma, o controle político, perseguições e assédio moral coletivo, bem como doenças, suicídios e evasão de servidores, foram assuntos abordados com a população e também expostos para os jornalistas que acompanharam a manifestação.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal do Rio de Janeiro, Gilberto Costa, um problema grave, que deve ser comunicado à população, é a intensa terceirização do setor de imigração. “A maioria dos terceirizados não tem qualificação técnica para ver se um passaporte é falso e pode pôr em risco a segurança do voo”, disse Costa.
Para ele, a falta de perspectiva de carreira e os baixos salários estão afugentando policiais experientes da corporação. “Há colegas com mais de 30 anos de casa que estão se aposentando para trabalhar em empresas privadas, que pagam mais e valorizam a experiência deles. Outros que estão fazendo concurso público e indo para órgãos que pagam mais e com melhores condições de trabalho”, lamentou Costa. “O governo está brincando com a segurança pública”, disse ele, ao lembrar que, nas manifestações, nenhum serviço prestado pela PF foi prejudicado.
Além de faixas e cartazes, os policiais federais levaram ao Galeão o grande elefante branco inflável, símbolo de seus protestos, em referência aos inquéritos policiais, que a categoria alega serem burocráticos e obsoletos. Um dos cartazes dizia que quase 96% dos inquéritos policiais não têm conclusão efetiva.
O Ministério da Justiça não se pronunciou sobre as manifestações e as demandas da categoria.