Policiais militares invadem casa, espancam familiares e apontam arma para criança, diz casal

por Redação RIC.com.br
com informações de William Bittar, da RICtv Curitiba
Publicado em 1 fev 2022, às 21h39. Atualizado às 21h50.

Um morador de Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba, procurou a RICtv Curitiba para fazer uma denúncia contra policiais militares de São José dos Pinhais, também na região metropolitana da capital. Segundo o homem, três agentes da corporação invadiram sua residência, espancaram ele, sua esposa e a enteada de 22 anos, e ainda apontaram uma arma para a cabeça da filha do casal, uma criança de apenas 3 anos(Assista reportagem abaixo)

A situação ocorreu na madrugada do último domingo (30). “Meu esposo subiu para dormir no quarto e eu fui fazer mama para a minha filha. Quando a minha filha falou que a cortina estava se mexendo. Aí falei para ela que não tinha nada, mas quando olhei, tinha um pessoal com arma dentro da minha casa e já foram me descendo socos, coronhada na cabeça. Aí, eu consegui subir correndo até o meu quarto, para avisar o meu marido. Cheguei lá, eles pegaram a minha filha de três anos com a arma na cabeça e foram apagando as luzes e falando para a gente se render. Até, então, a gente não sabia o que estava acontecendo”, lembrou Cilvanete do Nascimento. 

A invasão e as agressões teriam sido motivadas pelo assassinato do empresário Nael Gritten, de 26 anos, executado na madrugada de sábado (29) com 17 disparos de arma de fogo. Conforme Cilvanete, um dos agressores acreditou que a família estivesse envolvida com o crime, mas ela afirmou que eles não conheciam Nael. “Eles ficavam falando que eles queriam que nós déssemos conta do homicídio, de quem mandou matar, que eles queriam a arma do crime. Mas nós não temos nada ver”, completou. 

“Eu escutei aquele movimento dentro de casa, aquela loucura e ela me chamando, pedindo por socorro que tinha gente dentro de casa. No susto, no choque, eu levantei e corri na janela para olhar na sacada e ver se tinha algum movimento, alguma coisa, foi aonde eles chegaram na porta do quarto e mandaram eu voltar, se recolher, se render. Eu não sabia o que estava acontecendo, me rendi, me abaixei. Colocaram nós deitado na lateral da cama, eu e minha mulher, e já apagaram as luzes e já começaram a espancar a gente. Começaram a bater muito. Alegando um homicídio que deu numa rua paralela aqui, para trás. Eu nem tenho conhecimento dessa pessoa que faleceu, nem de quem matou, nada”,

contou Almero, marido de Cilvanete. 

Se fosse uma abordagem de rotina da Polícia Militar, o normal seria que os policiais chegassem pela porta da frente e se apresentassem. Mas não foi o que aconteceu no final de semana, os homens estavam usando roupas escuras, máscaras, luvas e entraram sorrateiramente pela porta dos fundos. Uma câmera de segurança registrou o momento que eles chegam, com o auxílio de lanternas, às 3h37 e quando saem correndo às 4h13. 

“Me fiz de morta porque do jeito que tava eu pensei que já tinham matado todo mundo. Coloquei a mão na cabeça e eles só chutava a minha mão, com cacetete nas minhas costas também”,

disse Cilvanete.

Indagada sobre como desconfiou que os invasores fossem policiais, Cilvanete explicou que encontrou o perfil de um deles na rede social Facebook. “Através do Facebook desse empresário [assassinado], eu entrei e como o menino que me rendeu falou que era irmão dele, eu puxei para ver quem era e foi aí que eu achei e vi a foto e realmente é um policial militar”. 

A família foi até a Corregedoria da Polícia Militar e identificou os policiais que invadiram a casa. No entanto, o medo continua, já que eles permanecem soltos. 

“Se a gente não denunciasse, eles iam voltar e matar a família inteira. Bem por isso que eu estou denunciado porque a gente não deve. Eu quero uma proteção do Estado”,

finalizou Cilvane. 

Além do trauma, a filha de Cilvanete está internada no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, devido aos ferimentos e corre o risco de amputar um dos dedos das mãos.

O que diz a PM

A RICtv Curitiba solicitou um posicionamento da Polícia Miliar do Paraná, mas até o momento não obteve retorno.

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