Três policiais militares foram presos nesta terça-feira (14) durante a operação ‘Lei e Ordem’, deflagrada pela Polícia Civil, na Grande Curitiba. O sargento Flávio Henrique Rodrigues da Silva é considerado foragido. Todos pertencem ao 17º Batalhão e são suspeitos de envolvimento com a execução do comerciante Reginaldo Bergamaski.  

“Durante as investigações conseguimos constatar que essas quatro pessoas participaram do crime”, explicou a delegada Camila Cecconello. Ela também fez questão de ressaltar que a operação foi feita em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar, com o BOPE e com a Guarda Municipal.

Os nomes dos envolvidos, com exceção do sargento, não foram divulgados.

Execução de comerciante no Uberaba

Uma câmera de segurança registrou o crime, que ocorreu, próximo da residência da vítima, na Rua Antônio Andriguetto com a Rua América da Costa Sabóia. Nas imagens é possível ver o momento em que Reginaldo para o Jeep Compass que dirigia em uma esquina quando um carro branco se aproxima e tranca a passagem do veículo. Logo, um homem encapuzado desce do carro e efetua vários disparos de fuzil contra a vítima.

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Durante entrevista nesta segunda, o delegado Tito Barichello, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não confirmou identidade do atirador e nem do motorista do veículo. No entanto, afirmou que o carro usado pelos criminosos foi encontrado no prédio onde vivia o sargento Flávio, assim como foi comprovado que logo após o crime, o sargento já estava em posso do veículo. “Apenas dois dias após, sempre com a participação da PM, nós conseguimos localizar esse veículo na casa de um policial. […] Esse veículo foi locado na cidade de Florianópolis no mês oito e foi utilizado documentos perdidos no ano de 2010. A pessoa teve o nome usado indevidamente” disse Barichello.

Ainda conforme o delegado, indivíduos que vivem no estado do Rio de Janeiro e em Santa Catarina também estariam envolvidos com o crime. Os suspeitos foram alvo de mandados de busca e apreensão nesta manhã.

Motivação do crime

Barichello também explicou que a motivação do crime continua sob investigação e não foi totalmente esclarecida, mas confirmou que o sargento da PM teria sido contratado para executar a vítima. “A informação que nós temos é que houve a contratação de um dos investigados, do investigado principal que está foragido, e que teria havido a participação direta e indireta destes outros investigados. Mas a autoria principal, não a execução em si, porque este investigado de nome Flávio, ele estava com tornozeleira eletrônica e não consta a localização dele no local do crime”, explicou.

O delegado ainda pontuou que o sargento da PM chegou a ser interrogado logo que o veículo foi encontrado em sua residência, mas na ocasião, ele teria mentido sobre a procedência do veículo, entre outras questões. “Ele foi ouvido dos dias depois do crime. Se ele tivesse sido ouvido no dia seguinte ao crime, nós teríamos feito o flagrante dele, mas não pudemos. Nós escutamos ele e imediatamente fizemos uma pedido de prisão temporária. No entanto, apenas oito horas após o interrogatório dele nessa Delegacia de Homicídio, ele rompeu a tornozeleira eletrônica”, contou.

Sargento envolvido em outra execução

Segundo a Polícia Civil, o sargento Flávio também tem envolvimento com o assassinato de um casal de advogados em setembro de 2017. Na época, as vítimas e uma segunda mulher estavam jantando com o sargento da Polícia Militar em uma churrascaria no bairro Rebouças, em Curitiba, e foram executadas logo depois que deixaram o local. Do mesmo modo, conforme as investigações, foi o próprio policial que ligou e avisou que os “alvos” já estavam saindo. Ele chegou a ser preso, mas, posteriormente, foi solto e respondia pelo crime em liberdade, sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica. “Essa tornozeleira eletrônica era o resultado daquele homicídio de 2017, aqui na Rua Chile, quando se utilizou o mesmo fuzil, fuzil 556, com o mesmo calibre do crime praticado agora no bairro Uberaba, tanto que nós já pedimos o confronto balístico dos estojos de projéteis para ver se foi a mesma arma”, finalizou Barichello.

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