Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, resolveu colaborar com as investigações da Operação Lava Jato.  Em dois depoimentos à Polícia Federal ela afirmou que Youssef movimentava grandes quantias em dinheiro vivo “sem justificativa contábil”.

Meire ainda revelou como o doleiro construiu um império, inclusive com participação na rede hoteleira, e contou que o esquema avançou sobre os caixas de prefeituras e Estados, que dirigiam recursos municipais para fundos operados por ele. A contadora citou prefeituras das cidades de Paranaguá e Holambra, no Paraná, além de Cuiabá (MT), Petrolina (PE), Hortolândia (SP) e Tocantins. De acordo com uma entrevista dada por Meire à Revista Veja, Alberto Youssef pagaria propina de 10% a cada prefeito que topasse investir em um fundo de investimento criado por ele.

À Polícia Federal, ela detalhou suas funções na GFD Investimentos, empresa de fachada de Youssef, e relatou as operações de empreiteiras. Youssef está preso desde março.

Meire depôs pela primeira vez no dia 23 de julho. Dois dias depois, retornou à PF e disse estar disposta a colaborar com as investigações alegando que não participou de esquema criminoso. Ela relata que em julho de 2011 lhe pediram que elaborasse um contrato de serviços com uma construtora, sendo que “o objeto que deveria constar do contrato era o estudo de viabilidade de plataformas de petróleo, atividade estranha à GFD”.

Segundo Meire, a GFD nada fez e apenas emitiu uma nota de serviços no valor de R$ 300 mil. A simulação se repetiu outras três vezes, com a empresa de Youssef fornecendo notas frias para a empreiteira e embolsando R$ 2,32 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.