O ex-ministro, preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, deve chegar a capital por volta das 16h
O ex-ministro José Dirceu, preso na segunda-feira (3) na 17ª fase da Operação Lava Jato, chegou em Curitiba no final da tarde desta terça-feira. Ele estava detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília e foi transferido para a capital paranaense, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato.
Dirceu deve passar pelo exame de corpo de delito amanhã (5). Ainda não há data para depoimento dele.
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Mais cedo, sete presos passaram por exame de corpo de delito em Curitiba. Do total, cinco foram presos preventivamente: Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de Dirceu; o ex-assessor de Dirceu Roberto Marques; Júlio Cesar dos Santos, sócio minoritário da JD Consultoria até 2013; Olavo Hourneaux de Moura Filho, acusado pela Polícia Federal de receber quase R$ 300 mil do esquema de corrupção na Petrobras para o irmão Fernando Moura. O presidente da Consist Software, Pablo Alejandro Kipersmit, também está preso preventivamente.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), o lobista Fernando Moura teria indicado a Dirceu o nome de Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras, e de Celso Araripe para gerente na estatal. Araripe é investigado na Lava Jato de receber propina para providenciar aditivos em contrato da petrolífera com a Odebrecht.
“Governo não interfere”
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse hoje (4) que a Operação Lava Jato e a prisão do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu não afetam a credibilidade nem interferem nas atividades cotidianas do governo federal. Segundo o ministro, a prisão de Dirceu é “um fato decorrente de um processo de investigação que já vem há alguns meses”, e que por isso tem de ser tratada “com serenidade e sem qualquer tipo de interferência na nossa atividade cotidiana”.
“As autoridades do Poder Judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público conduzem a investigação. Cabe aos investigados tomar as providências que julgarem necessárias para se defender perante a Justiça”, disse o ministro após participar da cerimônia de lançamento do Programa Usinas Digitais.
De acordo com Berzoini, o governo nunca impediu as investigações. “Ao contrário: o governo sempre manifestou publicamente seu apoio a todo tipo de investigação”, acrescentou.