Fracassou a nova tentativa dos deputados estaduais do Paraná de votarem na tarde desta quinta-feira (12) a série de medidas de austeridade sugeridas pelo Governo do Paraná. Eles até tentaram, mas os manifestantes voltaram a invadir a sessão e a votação foi suspensa, com a proposta do “pacotaço” do governador Beto Richa sendo recolhida para reavaliação.

Uma nova tentativa de votação deve acontecer na segunda-feira (23), após o Carnaval.

Em nota, o governo estadual afirma que o recuo acontece com o intuito de “ preservar a segurança e a integridade física de deputados e servidores públicos”.

O novo episódio
Durante a tarde desta quinta os parlamentares chegaram à Assembleia Legislativa (Alep) dentro de um veículo especial blindado da Polícia Militar e escoltados por dezenas de policiais. Policiais do Batalhão de Choque precisaram arrebentar as grades próximas da garagem da Alep para a entrada dos deputados.

O resultado foi o mesmo de terça-feira (10). Mal começou a movimentação de votos e os manifestantes dominaram o local pela suspensão das votações.

Do lado de fora da Assembleia, milhares de manifestantes organizaram um bloqueio para impedir os deputados de entraram no prédio e realizar a polêmica votação da comissão geral para os dois projetos de lei do chamado “pacotaço”, que aconteceria em um local alternativo, uma vez que o Plenário continua ocupado. Porém, nem mesmo todo o aparato policial foi capaz de persuadir a multidão, que furou o bloqueio policial e invadiu novamente a Alep. Segundo os manifestantes, a PM reagiu e foram disparados tiros de bala de borracha e spray de pimenta na população. Em razão da falta de segurança, o presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB), decidiu suspender novamente a sessão, que deve ser remarcada para a próxima semana, no dia 23 de fevereiro, depois do carnaval.

Governo recua e retira projeto para reexame

O Secretário Chefe da Casa Civil enviou um documento para a Assembleia Legislativa solicitando a retirada dos projetos PLC 06/2015 e PLO 60/2015 para reexame, em razão das manifestações e para garantir a segurança “das senhoras e senhores parlamentares”.

Greve dos professores do Paraná continua

Enquanto os trabalhadores da educação e demais categorias de servidores estaduais manifestam contra o Governo do Paraná e contra os deputados, mais de 900 mil alunos de 2 mil escolas estaduais de Curitiba, Região Metropolitana e demais cidades do Estado estão sem aulas. O início do ano letivo na rede pública deveria ter acontecido na segunda-feira (09).

A professora Walkíria Mazeto, diretora educacional da APP, afirma que um plano de reposição das aulas perdidas será formulado assim que o anuncio do fim da greve seja feito, o que segue sem previsão.