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Figuras destacadas da justiça negam, mas desconforto pela mudança na PF é evidente

“Desejo boa trabalho!” Essa frase foi dita na última sexta-feira pelo o ministro do STF Luiz Edson Fachin. Ele recebeu a comenda “Barão de Serro Azul”, a maior honraria da sociedade civil oragnizada do Paraná, uma homenagem da Associação Comercial do Paraná. A frase é alusiva ao novo diretor da Polícia Federal Fernando Segóvia, que chegou ao posto depois de uma indicação de José Sarney, político que sabemos a história pregressa e as maracutaias com as quais já se meteu, associado a ele, o pessoal do “estacamento da sangria”.

Além de Fachin, ficou claro que todo staff da hierarquia da Lavajato estava desconfortável. João Pedro Gebran Neto, que é relator dos processo na TRF-4, disse acreditar que a população não aceitaria nada mais que a continuidade da dureza das investigações, denúncias e julgamentos; o procurador federal Deltan Dallagnol sequer se pronunciou, mesmo com aspirações de ser candidato; o juiz federal Sérgio Moro também passou reto; o mais incisivo, e sempre o é, foi o desembargador e presidente do TRF-4 Thonpson Flores. O magistrado relata ter a certeza que a comunidade vai fiscalizar e que não aceita que a política possa ser maior que a ordem jurídica e, parafraseando Fachin, salientou acreditar na força institucional e no cumprimento do papel de cada poder republicano. Nítido, por óbvio, eram os discursos simétricos, cerebrais, assim como a inquietação e desconforto das respostas.

Frise-se: a PF é ligada ao Ministério da Justiça, que é uma das principais pastas atreladas à Presidência da República. É um direito do presidente, que usa de forma política a instituição, sim; e todos o fazem e fizeram. Temos que crer que as operações são avisadas um pouco antes ao diretor geral da PF e nem sequer sabe-se os nomes dos delegados que tocam as investigações (assim determinam os procediemtnos). A polícia precisa de autonomia, mas alguém deve pagar a conta e esse alguém é o Executivo. Enquanto isso não mudar, é necessária confiança, apesar da classe política não ter mais crédito diante dos brasileiros.

De todas as declarações, ficou evidente o que disse Gebran. O processo de Lula vai ser julgado antes do pleito eleitoral. A previsão era agosto, para o julgamento dos recursos. Não deve passar do início do segundo trimestre, o que deve ser abril. Nas palavras dele e do presidente do TRF, a justiça não vai ser a responsável por transmutar os rumos do processo eleitoral, se assim for, será apenas no pré-campanha. Aliás: o MPF já enviou o seu pedido, que é por aumento de pena. Ainda há uma manifestação ou outra, principalmente da defesa.

E segue o baile, nem que seja com todos os convidados olhando-se com olhos arregalados e sem graça.

Era isso.

Sorte e paz!