Investigadores acreditam que o ex-diretor da Petrobras poderia sofrer represálias de outros presos na operação Lava Jato
Por motivo de segurança, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi transferido para Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no final da tarde da quarta-feira (25). Cerveró estava custodiado no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, base da missão Lava Jato.
O ex-diretor, condenado a mais de 18 anos de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, firmou acordo de delação premiada no último dia 18 com a Procuradoria-Geral da República. Cerveró pode envolver o senador Delcídio do Amaral (PT/MS), ex-líder do governo, no esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. A delação de Cerveró é o temor de Delcídio.
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Delcídio do Amaral foi preso por tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato na manhã da quarta-feira. Também foram presos o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, e o chefe de gabinete do senador petista, Diogo Ferreira.
Cerveró foi preso pela Polícia Federal em janeiro deste ano. No Complexo Médico-Penal, ele tem a companhia de outros alvos da Lava Jato. Os investigadores acreditam que o ex-diretor poderia sofrer represálias em Pinhais.
Reunião
A base da prisão de Delcídio do Amaral foi uma conversa gravada pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, durante uma reunião com o senador, o advogado da família, Edson Ribeiro, e o chefe de gabinete Diogo Ferreira.
Numa conversa de 1h35 minutos, o líder do governo no Senado revelou seu plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e, assim, tirar Nestor Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País. Em troca, Cerveró não faria acordo de delação premiada em que citaria o senador.