Policiais federais de três estados e do Distrito Federal iniciaram na última segunda (19) um movimento de paralisação das atividades. A greve, com duração prevista de 48 horas, mobilizou os efetivos nos estados de Goiás, do Piauí e do Ceará. Nesta terça-feira (20), havia a previsão de que os policiais federais de Minas Gerais, do Amazonas, do Acre, do Paraná e de São Paulo também aderissem ao movimento nacional, porém, até os serviços prestados pelos agentes no Paraná, como a emissão de passaportes, prosseguia normalmente, segundo informações do Sindicato dos Policiais Federais no Paraná (SINPEF-PR).
A categoria definiu o protesto após reunião da Federação Nacional dos Policias Federais (Fenapef), na última quarta-feira (14), com os ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) e da Justiça (MJ), com o objetivo de dar continuidade às negociações sobre reestruturação da carreira e reajuste salarial.
De acordo com a categoria, o governo afirmou que vai apresentar uma resposta às reivindicações até o dia 26 de agosto. O Planejamento acenou com o reajuste de 15,8% até 2015, proposta rejeitada pela Fenapef. Os policiais garantem que os serviços prestados à população, como emissão de passaportes, e as demais funções dos policiais, como investigações e registro de porte de arma, serão feitas com o efetivo mínimo, que é 30% dos servidores.
Segundo o presidente da Fenapef, Jones Borges Leal, as paralisações seguirão até o final do mês em todos os estados do país. Leal explicou que os policiais optaram por não unificar os protestos, para que “cada estado avaliasse a sua situação e decidisse segundo as suas necessidades”.
Entre outras reivindicações, os policiais defendem que a ascensão a cargos de chefia não seja privilégio dos delegados. “Hoje, você tem um policial com 30 anos de casa, que sabe tudo sobre investigação, e que fica impedido de ocupar novos cargos por conta da estrutura. Muitas vezes, esse policial vai ser chefiado por uma pessoa que passou em um concurso e vai para um posto de comando sem saber quase nada sobre investigação. Isso acaba sendo frustrante”, disse Leal.