Curitiba - Um policial civil atirou contra um homem, de 51 anos, dentro de um bar na noite desta sexta-feira (26). A situação aconteceu em um estabelecimento localizado na Rua Alameda Augusto Stelfeld, no Centro de Curitiba.

Segundo informações apuradas pelo repórter Marcelo Borges, da Ric RECORD, a vítima foi atingida por um tiro próximo a axila, dentro do banheiro masculino, e levado em estado grave ao pronto-socorro do Hospital Evangélico Mackenzie. Após os disparos, o policial se trancou no banheiro feminino.
Policial que atirou contra homem em bar será encaminhado ao hospital
Segundo informações preliminares, o policial estaria lotado na Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. O agente apresentava marcas de lesões no rosto, o que reforça a suspeita de luta corporal com o comerciante.
O policial que atirou contra o homem dentro do bar está recebendo atendimento médico e será encaminhado ao hospital e, em seguida, à Central de Flagrantes pelo Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) da Polícia Civil do Paraná.
Sobrinho lamenta situação
O sobrinho da vítima, que foi até o local após saber do ocorrido, relatou o ocorrido.
“O que eu fiquei sabendo é que ele atirou no meu tio. […] Logo em seguida, ele deixou meu tio agonizando no outro banheiro e se trancou no banheiro feminino”, iniciou o sobrinho.
O familiar também contou que o tio estava prestes a participar de uma comemoração de aniversário da filha.
“Amanhã a minha prima, filha dele ia completar 30 anos. É uma situação bem desagradável, desconfortável. Eu espero que agora, pelo que eu estava vendo, ele está tentando alegar que foi legítima defesa, falando que o meu tio entrou em luta corporal com ele e sacou a arma. […] Pra quem tem um pouco de noção, luta corporal você dá dois tiros pelas costas? Como assim, cara? Ao meu ver não cabe legítima defesa né, mas isso a perícia vai dizer com mais precisão. Espero que seja feita Justiça, espero que meu tio saia dessa pra melhor e que esse cara pague pelo o que ele fez”, relatou.
Emocionado, o sobrinho declarou que o tio não tinha histórico de violência.
“Não, meu tio é um cara completamente do bem, um coração enorme, eu até me emociono um pouco para falar, que ele é como se fosse um pai pra mim”, completou.
Polícia Civil se manifesta: corregedoria acompanha o caso
Em nota enviada ao portal Ric, a Polícia Civil do Paraná confirmou o ocorrido e revelou que, segundo os relatos, a discussão começou quando o agente retirou um copo que estava sobre a pia para lavar as mãos, o que teria motivado a reação da vítima, seguida de agressões físicas.
“O policial apresentava lesões no rosto compatíveis com socos, fato registrado durante o atendimento. Após análise do delegado de plantão, não foi lavrado auto de prisão em flagrante, já que os elementos iniciais indicam a possibilidade de legítima defesa, como o disparo único, os ferimentos sofridos pelo policial, a permanência no local e o acionamento imediato da Polícia Militar. A Polícia Científica realizou a perícia e a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar com profundidade todas as circunstâncias do caso. A Corregedoria da PCPR acompanha a ocorrência desde o primeiro momento.”, diz a nota oficial.
Defesa de policial envolvido diz que cliente agiu de forma moderada
O advogado policial civil envolvido no caso, Heitor Luiz Bender, classificou a reação do cliente como “legítima defesa” e que o agente agiu de maneira moderada para se defender das agressões no banheiro.
“Esse agente de segurança pública ele agiu amparado, ele agiu sobre o crivo, ele agiu coberto sobre o manto da legítima defesa, visto que ali não houve uma briga, o que houve ali dentro daquele banheiro na noite de ontem foram agressões gratuitas, perpetradas pela própria vítima. Fato é que este policial, sendo o alvo dessas agressões, agiu de maneira moderada, utilizando dos meios que dispunha naquele momento para repelir essa agressão.”
A defesa ainda reforçou a motivação do policial e que confia no trabalho das autoridades: “Nós frisamos que em nenhum momento esse policial saiu de casa com o intuito de ceifar a vida de ninguém, esse policial saiu de casa tão somente para confraternizar com seus amigos, estava naquele estabelecimento há pouquíssimos minutos e acabou se vendo envolvido nessa grande tragédia […] nossa perspectiva é que ao final seja realmente comprovada a legítima defesa e que esse processo seja devidamente arquivado”.
Defesa da vítima revela estado de saúde em hospital
Neste sábado (27), o escritório jurídico do advogado Elias Mattar Assad, que defende o homem que foi baleado, relatou que o cliente já passou por cirurgia, está na Unidade de Tratamento Intensivo aguardando um novo procedimento.
“Até o presente momento não se apurou qualquer causa que pudesse justificar a conduta do policial ao fazer uso de arma de fogo contra um cidadão que estava com a sua família no referido bar, enquanto foi ao banheiro, local onde foi alvejado”, contestou a defesa da vítima.
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