
Agente armado de fuzil e granada ameaçou seguranças do local e destruiu guarita
Imagens de câmeras de segurança mostram uma ação cinematográfica de um policial civil, durante uma entrada forçada em um residencial em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. O homem, identificado como Antonio Castanheira, destruiu a guarita do local, apontou um fuzil para os seguranças, ameaçou os funcionários de morte e ainda explodiu uma granada de efeito moral dentro do local. O caso aconteceu na tarde de quarta-feira (18).
O vídeo
As imagens das câmeras de segurança registraram toda a ação do policial. Ele chega até o residencial em um veículo BMW e começa a intimidar os seguranças do local, afirmando que iria entrar no condomínio e que eles deveriam abrir o portão. “Abre, abre. Eu estou mandando abrir”, grita o policial. Após a negativa dos funcionários, ele tira uma granada do bolso. Quando um dos seguranças ameaça sacar a arma, ele volta a gritar ameaças.
Diante da nova negativa dos seguranças, o policial volta até o veículo e pega um fuzil de grosso calibre. Ele aponta a arma para a guarita e volta a ameaçar os funcionários. “Abre, ou eu vou fuzilar todo mundo. Um tiro mata todo mundo”. Os seguranças o chamam pelo nome e tentam acalmá-lo, sem sucesso.
Assustados, os funcionários fecham a guarita e correm para os fundos. Nesse momento, Castanheira vai até a portaria e destrói a fachada de vidro do local usando o fuzil. Em seguida, ele pula para dentro e volta a ameaçar os seguranças. “Não saca (a arma)! Não saca que não dá! Ninguém pode me impedir de entrar! Ninguém!
A sequência de imagens mostra o policial caminhando por uma estrada de terra do condomínio. No trajeto, ele atira a granada na direção de um muro, que explode causando uma grande cortina de fumaça. Por sorte ninguém ficou ferido.
Policial mora no local
De acordo com a Polícia Civil, foi apurado que o condomínio, localizado na área rural de Campo Largo, onde aconteceu o tumulto, se encontra em litígio na área civil com referência a partilha entre os familiares proprietários do local, sendo que uma das herdeiras autorizou mediante contrato de comodato que o policial civil ocupasse uma das casas da área.
O advogado do policial civil, Claudio Dalledone, afirmou que o cliente mora no condomínio e foi proibido de entrar na própria casa após ordens de outro morador, irmão da proprietária de uma das residências que cedeu a casa ao policial.
O agente chegou a realizar um boletim de ocorrência na tarde de quarta-feira (18) denunciando a proibição de entrar na própria residência. Em relação a ação registrada nas imagens, o documento aponta que “foi necessário fazer uso de força progressiva para que o policial pudesse acessar sua residência”.
Segundo o boletim, o acesso ao condomínio teria uma entrada única e que, em razão das desavenças familiares, o empresário estaria impedindo a entrada do policial com o uso de seguranças armados, cães bravos e um trator, que bloqueia a entrada do portão principal “de forma criminosa”.
“Após a confusão, o policial prestou todas as informações que foram solicitadas a equipe da Polícia Militar que esteve no local”, diz o documento.
Advogado de empresário se pronuncia
O advogado Rodrigo Muniz, que defente o proprietário do residencial falou nesta tarde que foram feitas várias “tentativas amigáveis” para que o policial usasse um acesso alternativo ao condomínio. “Com o objetivo de presenvar a privacidade dos familiares que moram no mesmo local, pediu-se que ele usasse um acesso novop exclusivo, lateral, e que não causava nenhum constrangimento a ele”, explicou o jurista. Segundo ele, o rapaz se recusava a usar esse acesso.
O advogado contestou também o fato de que, segundo ele, não havia até o momento nenhum contrato que regularizasse a permanência do homem no imóvel, e que este documento foi apresentado apenas nesta sexta, depois da confusão. “A permanência desse rapaz foi tolerada durante dois meses”, disse Muniz.
Policial é afastado
Em nota, o Departamento da Polícia Civil (DPC) determinou à Corregedoria Geral da Polícia Civil uma apuração rigorosa sobre o ocorrido, inclusive solicitou que todas as armas, da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), em poder do policial, fossem recolhidas. Foi solicitado ainda, um relatório de diligências à unidade de lotação do policial, os motivos da conduta do servidor.
A Corregedoria instaurou procedimento administrativo interno, comunicando a chefia direta do servidor, bem como encaminhou as reclamações para a Polícia Civil de Campo Largo para apurar as responsabilidades criminais.
Entretanto, tendo em vista a gravidade do ocorrido, o DPC determinou o afastamento do investigador de polícia de suas funções operacionais até a conclusão do procedimento.
Confira abaixo o vídeo com o momento da invasão do policial civil. As imagens são da Rede Mercosul.
Na reportagem exibida no RIC Notícias você encontra mais detalhes. Confira: